Transformação digital depende de tecnologia,mas também de pessoas -

Transformação digital depende de tecnologia,
mas também de pessoas

Seminário da FecomecioSP abordou a importância da capacitação digital das empresas, com foco nas microempresas e empresas de pequeno porte

A transformação digital das empresas deve ir muito além da tecnologia. Ela deve focar, principalmente, a constante capacitação profissional de pessoas. Esta é a constatação do primeiro painel do evento O Trabalho do Presente e do Futuro – Capacitação em Tecnologias Digitais, ocorrido em 24 de março na sede da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). O evento é uma realização dos conselhos de Emprego e Relações do Trabalho (CERT), presidido por José Pastore, e de Economia Digital e Inovação (CEDI), coordenado por Andriei Gutierrez, ambos da Entidade. Para José Pastore, se o domínio das novas tecnologias é condição para sobrevivência e desenvolvimento das empresas, elas não devem ser consideradas por si só, mas principalmente pensando nas pessoas que as utilizam no cotidiano dos negócios. Nesse sentido, é fundamental ajudar os empresários dos setores de comércio, turismo e serviços, que atualmente mais empregam no Brasil, a entender como fazer a transformação digital e capacitar os funcionários. “Notamos um cenário no qual os grandes conseguem caminhar neste quesito, mas os pequenos e médios precisam de apoio”, ressaltou. “Diante destas mudanças, as empresas se tornam mais competitivas, com condições de descobrir meios que facilitem as atuações. Por isso, com o seminário, tentamos mostrar como elas podem capacitar e treinar os funcionários. O sucesso neste processo depende da interface entre escola, empresa e governo”, acrescentou Pastore.

Abrindo o evento, Ivo Dall’Acqua Júnior, vice-presidente da FecomercioSP, comentou que a garantia dessa capacitação em tecnologias digitais deixou de ser um diferencial e se tornou o real posicionamento da empresa no mercado e no mundo. “Isso requer um olhar consciente e inovador frente aos desafios tanto de empregados quanto de empregadores”, enfatizou. No mesmo painel, o senador Marcos Pontes (PL/SP), ex-ministro de Tecnologia, Ciência e Inovação, defendeu que, além da formação, também é necessário que o governo atue ao lado das empresas para que contratem e treinem jovens profissionais. “Para isso, um outro passo é mostrar que, por meio deste processo, a empresa pode ter melhor eficiência e, consequentemente, maior rendimento”.

Reinvenção e investimento em capacitação

Apesar da velocidade de avanço das tecnologias, hoje, menos de 13% das empresas conseguem fazer uma transformação digital de forma bemsucedida. O dado, da Boston Consulting Group (BCG), foi apresentado por Silvia Bassi, publisher da The Shift, durante o painel ‘Desafios e melhores práticas do setor privado: novas competências digitais no mundo profissional’. “Em 2016, o mesmo levantamento apontava que 84% dos projetos de transformação digital nas empresas falharam. Em 2022, a média de fracassos foi de 87,5%”, revelou.

De acordo com Silvia, um dos grandes erros das empresas é apostar na tecnologia como o único material necessário para a mudança. Entretanto, a realidade tem mostrado a baixa capacidade dos negócios de se reinventarem digitalmente, mesmo com todo o avanço e o acesso mais fácil a ferramentas modernas. “As empresas acreditam que basta ter tecnologia para o sucesso, mas esta é só 20% da equação. A tecnologia não é mágica, mas um meio. A desmaterialização dos negócios, ou seja, a digitalização, depende de pessoas”, afirmou.


Notícias Relacionadas