Três décadas de transformação: a evolução do Brasil e seu impacto no mercado de reposição automotiva -

Três décadas de transformação: a evolução do Brasil e seu impacto no mercado de reposição automotiva

Em homenagem aos 30 anos da Novomeio Hub de Mídia e do NOVOVAREJO, iniciamos nesta edição uma retrospectiva do Aftermarket Automotivo, começando por 1994

Os últimos 30 anos foram marcados por diversos marcos históricos no Brasil. Vivenciamos mudanças estruturais significativas na economia política do país, começando pela facilitação das importações em 1990 e seguindo com o Plano Real de 1994. Paralelamente, o Brasil foi palco de eventos marcantes, como Jogos Olímpicos e Copa do Mundo, além de testemunhar feitos extraordinários em sua economia, como as descobertas do pré-sal, recordes na produção agrícola e mineral, avanços notáveis na transição energética e no desenvolvimento tecnológico, incluindo a produção de tecnologias avançadas como satélites nacionais, aviões e aceleradores de partículas.

De fato, o Brasil transformou-se profundamente, e o mercado de reposição acompanhou essa evolução. Neste artigo, temos o pri vilégio de destacar algumas das mudanças mais notáveis na indústria automobilística, que certamente impactaram o mercado de reposição de autopeças até os dias de hoje. Esta retrospectiva não é meramente um exercício de nostalgia, mas também uma justa homenagem da Fraga Inteligência Automotiva ao trigésimo aniversário da Novomeio Hub de Mídia e do Novo VarejoAutomotivo. A instituição desempenha um papel estratégico ao documentar essas transformações e gerar conhecimento para o ecossistema de reparação automotiva, consolidando-se como uma fonte qualificada e representativa para os tomadores de decisão deste importante mercado, sobretudo aos balconistas e distribuidores de autopeças no Brasil.

Na década de 1994, a fundação da Novomeio coincidiu com um período de grandes transformações no Brasil. Uma nova matriz macroeconômica foi implantada, prometendo pôr fim ao fenômeno inflacionário que minava a renda dos brasileiros e desafiava os empreendedores nacionais com a tarefa quase impossível de planejar frente aos custos e investimentos de longo prazo. O Plano Real foi, de fato, marcante para o Brasil moderno, trazendo mais estabilidade econômica, mas não eliminou completamente as graves distorções da nossa economia, que enfrentou sérios desafios relacionados à competitividade sistêmica da indústria nacional. Neste contexto conturbado, o governo federal incentivou um dos fatos mais irreverentes da indústria automobilística nacional: a volta da produção do Volkswagen Fusca (o popular Fusca Itamar), que havia sido descontinuado no país em 1985 e retornou à produção quase dez anos depois, atingindo 45 mil unidades produzidas durante seu retorno à atividade. Os anos de 1994 até 2003 também foram marcados por grandes feitos históricos, principalmente por terem sido um período decisivo no processo de pulverização da frota brasileira. A rápida transição das plataformas carburadas para novos projetos com injeção eletrônica permitiu a apresentação de veículos que se tornaram verdadeiros ícones nacionais, como o Gol 1000, o Uno Mille e o Palio, veículos que lideraram por décadas a preferência do brasileiro por veículos de baixa cilindrada e consumo de combustível e que até hoje estão no top 3 da frota nacional. A forte preferência por projetos de hatches de entrada não foram os únicos fenômenos de popularidade.

 Este período também foi marcante para a popularização das marcas asiáticas (em escalares inferiores, é verdade) com o Honda Civic e Toyota Corolla iniciando suas produções locais e conquistando o coração do público brasileiro. A soma dessas tendências resultou até então no recorde de vendas no ano de 1997 com o total de 1,9 milhões de veículos comercializados este ano e 15 milhões de veículos na década (1994 até 2003), pavimentando caminhos estratégicos para as novas políticas industriais que se sucederam ao longo dos anos 2000.


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