Por Lucas Torres ([email protected])
Trabalho em equipe, organização estrutural, lições de competitividade, benchmarking e estratégia de atuação são atributos muito familiares aos gestores de empresas. E, igualmente, aos técnicos do futebol. A cada quatro anos, este esporte coletivo atinge seu ápice durante a Copa do Mundo. Em 2018, a Rússia recebe as melhores seleções do planeta e revela ao público as novidades criteriosamente elaboradas pelos estudiosos treinadores para surpreender os adversários e conquistar a tão desejada taça.
Ao observar o futebol pelo prisma da transcendência do esporte propriamente dito – enxergando-o como uma espécie de manifestação amplificada da cultura e do cotidiano – o Novo Varejo traça nesta edição um paralelo entre as principais chaves para um possível sucesso da Seleção Brasileira no mundial da Rússia e os elementos fundamentais que contribuem para uma atividade empresarial bem sucedida.
Adotando um olhar menos apaixonado e mais meticuloso, não é difícil notar a aproximação do esporte aos paradigmas empresarias. Ao menos no tocante ao trabalho desempenhado por treinadores e jogadores, já que, no campo administrativo, há ainda um demasiado amadorismo e despreparo dos chamados ‘cartolas’.
O técnico Tite conta com um período de aproximadamente 30 dias de treinamentos antes da estreia no torneio, contra Suíça. Ele e sua comissão técnica terão a oportunidade de planejar uma estratégia-base que irá nortear o trabalho dos jogadores durante o mundial. No âmbito empresarial, essa fase que estabelece uma identidade equivale ao planejamento estratégico, que guia a atuação dos mais diversos setores da empresa em prol de um objetivo comum.
Ao final dos treinamentos, o treinador deve estabelecer os 11 jogadores que iniciarão as partidas, com base na observação do melhor conjunto para desempenhar estratégia-base definida. Muitas vezes, o conjunto escolhido não reúne necessariamente os melhores jogadores convocados, mas tem como prioridade a reunião daqueles que possuem o melhor entrosamento e que atendam com mais eficiência a proposta de jogo e o esquema tático. A busca de coesão coletiva dos recursos humanos é também uma das principais chaves para o sucesso de uma empresa. Na hora de selecionar, não basta o melhor currículo ou as melhores habilidades individuais, é preciso levar em conta a compatibilidade entre o perfil do funcionário e a identidade buscada pela empresa, bem como sua capacidade de complementar as lacunas encontradas dentro da equipe de trabalho.
As congruências entre o planejamento de uma seleção de futebol e uma empresa não param por aí. Ambas devem observar também os principais adversários, tendo a humildade de absorver seus pontos fortes, bem como agressividade suficiente para atacar as áreas de maior fragilidade daqueles que concorrem com você.
Como em tudo na vida, no entanto, há ainda – tanto no futebol, como no ambiente empresarial – fatores que não podemos controlar. O futebol tem o imponderável do vento que carrega a bola corretamente endereçada e a desvia para beijar a trave e sair caprichosamente pela linha de fundo. Nas empresas, existe a volatilidade da economia, que afeta constantemente o ânimo de consumo da população. Entre tantos outros imprevistos.
Além de torcer, portanto, há muito que aprender com as 32 seleções que disputarão mais esta Copa do Mundo. A nata do esporte dando aulas diárias de competitividade e vitórias. Pensando nisso, convidamos cinco varejistas de autopeças para traçar um paralelo entre a preparação da Seleção Brasileira para a Copa do Mundo e os meandros da administração de suas próprias empresas. A bola está rolando. Agora é ler e correr pro abraço.