Varejistas do Sul e Sudeste questionam tributação sobre vendas via e-commerce e futuro da reposição diante da evolução tecnológica -

Varejistas do Sul e Sudeste questionam tributação sobre vendas via e-commerce e futuro da reposição diante da evolução tecnológica

Para Ranieri Leitão, varejos ainda têm cerca de uma década para se adaptarem aos carros elétricos e autônomos

 

Por Lucas Torres ([email protected])

A relação de representação se fortalece quando o representado possui acesso contínuo e direto com seu representante. Partindo desta premissa, o Novo Varejo instituiu um canal direto com o Sincopeças Brasil, entidade nacional que trabalha pela evolução das lojas de autopeças. A cada edição, empresários e gestores do segmento são convidados a fazer perguntas a serem respondidas pelo presidente da entidade, Ranieri Leitão.

Em outubro, voltamos ao sudeste do país para ouvir os questionamentos da paulista Jocar Autopeças, na figura de um de seus sócios, Moisés Sirvente, e da paranaense Autopeças Cercena, por meio de seu proprietário, Mayco Cercena.

O primeiro levantou a preocupação sobre o futuro dos varejos de autopeças ao lembrar a velocidade com que se desenvolve a tecnologia dos carros elétricos e autônomos. Embora o assunto ainda pareça um tanto distante da realidade do balcão, o fato é que o assunto é preponderante em discussões e eventos de setor automotivo. No recente Fórum IQA da Qualidade Automotiva, realizado em setembro em São Paulo, o presidente da Anfavea, Antonio Megale, declarou que o futuro do carro é mesmo elétrico. “As tecnologias estão mudando e a gente não pode ficar somente olhando. A gente tem bastante clareza que a propulsão vai ser elétrica e o que nós estamos discutindo é como levar essa eletricidade para o carro”.

Já o empresário varejista Mayco Cercena questionou o tema da tributação de compras feitas via internet. Esta é outra questão envolvendo tecnologia que se torna fundamental no comércio. O crescimento de sites de e-commerce, notadamente os market places, têm promovido profundas transformações culturais nos hábitos de consumo. O varejo de autopeças, ainda que trate da venda de itens técnicos, precisa ficar atento às inovações e trabalhar de forma estratégica para, se for o caso, ampliar seus canais de venda.

Envie seus questionamentos para o e-mail [email protected] ou para nosso chat na página facebook.com/novovarejo e seja também um influenciador nas pautas discutidas nesta série!

Moisés Sirvente – Jocar Autopeças, de São Paulo (SP)

O que você acha que vai mudar nos varejos de autopeças com o aumento da frota de carros elétricos e, depois, com os carros que vão andar sem motoristas, os chamados veículos autônomos?

Ranieri Leitão – As mudanças vão acontecer, mas não são em curto prazo. Acredito que temos pelo menos de oito a dez anos para trabalhar os carros movidos a combustão.

O que eu penso é que temos que começar a pensar a partir de outra percepção a respeito do que a gente pode influenciar nos nossos negócios a respeito do ‘undercar’, por exemplo. Por que os carros vão continuar quebrando, desalinhando, vão ter pivô, terminal, sapata… Eles só terão a mudança da combustão como principal matriz energética.

Adianto também que, antes disso acontecer, nós temos de nos habituar com o carro híbrido, que já é realidade no nosso país e que muito temos a trabalhar.

O que proponho é uma mistura de calma, sabendo que temos tempo para nos adaptarmos antes que essas novas tecnologias cheguem com força por aqui, e curiosidade para já buscarmos formas de estarmos preparados quando o momento chegar.

 

Mayco Cercena – Autopeças Cercena, de Medianeira (PR)

Isentar a substituição tributária ou aplicar a substituição nas compras feitas pela internet para outro estado?

Ranieri Leitão – Há aproximadamente quatro anos o cenário era o seguinte: os estados de origem dos negócios da internet ficavam com todo o imposto e os estados de destino das vendas feitas pela internet ficavam a ver navios, sem receber nenhum benefício desses impostos.

De lá para cá foi feita uma lei na qual o estado de origem ganha, mas que o estado de destino das mercadorias vendidas pela internet também fica com uma parcela deste tributo. Essa situação deve continuar ainda por algum tempo, já que foi alterada ainda muito recentemente.


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