Varejo pós-pandemia reforça relação consumidor-digitalização -

Varejo pós-pandemia reforça relação consumidor-digitalização

O varejo que emerge é totalmente diferente do pré-pandemia

Lucas Torres [email protected]

Marcos Gouvêa de Souza, fundador do Gouvêa Ecosystem é categórico ao dizer que as alternativas encontradas pelos varejistas em busca da sobrevivência durante a crise sanitária deverão permanecer após o seu final, de modo que os próximos passos do setor serão dados na direção da criação de algo novo e não do retorno ao que constituía sua base no mundo pós-pandêmico. “O varejo que emerge é totalmente diferente do pré-pandemia. A multicanalidade deu lugar ao conceito de ecossistema”, introduziu o executivo, antes de complementar: “Temos visto empresas varejistas expandindo seus negócios para áreas como educação, saúde e muito mais. Isso tem aumentado o protagonismo do setor e transformado o Brasil em um benchmark internacional com iniciativas como o PIX e o Open Finance (onde o Open Banking é figura importante) atuando como propulsores”.

Outra ponto que pode ser visto como tendência para o varejo é a demanda dos consumidores por uma conexão mais fluida entre os meios digitais e físicos.

Nos outros três pontos de impacto da pandemia no setor de comércio e serviços que não estiveram ligados necessariamente a essa questão da demanda digital, há a tendência de uma retomada veloz do consumo impulsionada pelo grande período de privação; maior valorização das questões relacionadas à saúde e à sustentabilidade; e o estreitamento da ligação entre consumidores e comércio local, seja por um viés de solidariedade com a economia do bairro ou pela conveniência da compra.

Legados da pandemia deixados pelo estreitamento da relação consumidor-digitalização

– Exigência pelo ‘sametime delivery’ será cada vez mais comum Segundo o diretor da Inovasia, evolução da logística de empresas que passaram a entregar produtos comprados online em até duas horas após o pagamento, coloca enorme pressão no segmento. Já que os consumidores têm passado a ver esta prática como referencial.

– Pagamento digital obrigatório Há muito a falta de uma ‘maquininha’ de pagamento já faz o varejista perder vendas. Daqui em diante, no entanto, isso poderá não ser mais suficiente. Assim, não oferecer formas adicionais e versáteis de pagamento digital – do Pix ao WhatsApp Pay – podem implicar em perda de vendas. – Late adopters não retornarão para o offline a pandemia foi responsável por impulsionar diversos consumidores, inclusive idosos, a realizarem suas primeiras compras online.

– Oferecer opções sem contato será visto como diferencial Para o especialista, a pandemia – ainda que tenha um final prático – deixará hábitos e temores residuais na população. De modo que oferecer pontos de venda físicos nos quais o consumidor não tem de se relacionar com vendedores, podendo realizar suas compras em totens de autoatendimento, passará a ser visto como diferencial.

– Live commerce veio para ficar No último item da lista das novas demandas do consumidor surgidas com o avanço digital obrigatório propiciado pela pandemia, As vendas de produtos em meio a ‘Lives online’ movimentaram US$ 135 bilhões em 2020 no varejo mundial – indicando uma tendência que não se reverteu com o arrefecimento da pandemia e das regras de distanciamento.


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