As vendas do comércio brasileiro caíram 0,5% no terceiro trimestre de 2025 em relação ao mesmo período de 2024, segundo o Índice do Varejo Stone (IVS). Na comparação com o trimestre anterior, o recuo foi de 0,2%, confirmando o cenário de acomodação do consumo no país.
O levantamento da Stone, que acompanha mensalmente o desempenho do varejo, mostrou que setembro interrompeu a sequência de quedas, com alta de 0,5% frente a agosto, mês que havia registrado retração de 1,2%. No comparativo anual, o mês apresentou estabilidade.
“O leve crescimento das vendas em setembro não altera a leitura de que o varejo segue em processo de acomodação. O trimestre reforça um consumo mais contido, em linha com o que já havia sido observado no primeiro semestre”, afirmou Guilherme Freitas, economista e cientista de dados da Stone.
Consumo pressionado
Freitas observa que, apesar do mercado de trabalho ainda robusto, há sinais de moderação, com menor geração de vagas formais. O endividamento elevado das famílias e a inflação persistente continuam limitando a capacidade de compra, o que explica por que o varejo ainda opera abaixo dos níveis de 2024.
Setores em destaque
Cinco dos oito segmentos analisados registraram crescimento em setembro:
- Livros, jornais, revistas e papelaria: +6,9%
- Material de construção: +4,2%
- Móveis e eletrodomésticos: +2,6%
- Combustíveis e lubrificantes: +0,8%
- Artigos farmacêuticos: +0,7%
Já os setores com retração foram:
- Hipermercados e supermercados: -2,9%
- Tecidos, vestuário e calçados: -1,1%
- Outros artigos de uso pessoal e doméstico: -0,3%
No comparativo anual, Livros e papelaria lideraram o avanço (+3,6%), seguidos de Combustíveis e lubrificantes (+2,8%) e Artigos farmacêuticos (+1,1%). Entre as quedas, destaque para Supermercados e alimentos (-2,4%) e Móveis e eletrodomésticos (-0,9%).
Desempenho regional
Dez estados apresentaram crescimento anual, com destaque para Acre (+6,5%), Amapá (+5,1%) e Espírito Santo (+4%). As maiores quedas ocorreram em Rio Grande do Norte (-4,8%), Alagoas (-3,8%) e Santa Catarina (-3,4%).
“O Norte se destacou novamente, com cinco dos sete estados apresentando crescimento. Já o Sul e parte do Nordeste mostraram retração, refletindo um ambiente econômico ainda desafiador”, completou Freitas.










