Diário do Comércio
As vendas do comércio nacional cresceram 1,2% entre os meses de dezembro de 2022 e janeiro de 2023, segundo dados dessazonalizados da Boa Vista. Foi o quarto avanço consecutivo na comparação mensal.
Na comparação com janeiro do ano passado, a alta foi de 1,0%. Na análise de longo prazo, medida pela variação acumulada em 12 meses, a curva se manteve numa trajetória de crescimento, passando de 1,3% para 1,5% entre os meses de dezembro e janeiro.
“Os resultados positivos de agora não deixam para trás os obstáculos que o setor deve ter pela frente. Este será mais um ano de inflação e juros altos, como foi em 2022, e também é esperada uma desaceleração mais contundente do crédito em função dos maiores riscos, não só da parte do consumidor”, diz Flávio Calife, economista da Boa Vista.
Ele aponta ainda que a taxa de inadimplência subiu bastante no ano passado, também de parte das empresas, que podem daqui em diante se deparar com um mercado de crédito mais rígido. “Somados esses fatores ao cenário macroeconômico, que não é favorável no momento, é mais provável que a curva de longo prazo do indicador entre numa tendência de desaceleração em breve”, afirma o economista.
Ainda assim, a projeção da Boa Vista para as vendas do comércio ao longo do ano é de alta, mesmo que inferior ao crescimento observado em 2022.