VIES: Comparativo entre os meses de setembro de 2020, 2021 e 2022 -

VIES: Comparativo entre os meses de setembro de 2020, 2021 e 2022

VARIAÇÕES NOS ÍNDICES E ESTATÍSTICAS PRÉ E PÓS-CRISE

Por Marcelo Gabriel – head do After.Lab [email protected]

E mais uma vez trazemos à sua atenção a análise das variações nos indicadores e as estatísticas comparativas das pesquisas MAPA e ONDA, relativas ao mês de setembro dos anos 2020, 2021 e 2022. Cabe destacar que desde o início da pandemia de COVID-19, o after.lab – empresa de pesquisa e inteligência de mercado do Grupo NovoMeio Hub de Mídia, vêm acompanhando as movimentações ocorridas no ambiente do varejo de autopeças, ponto de encontro da demanda – representada pelas oficinas mecânicas e donos de veículos, e da oferta – representada pelos distribuidores atacadistas e fabricantes, em quatro dimensões cruciais para o entendimento da dinâmica do mercado.

Ao mensurarmos as variações (ou quebra) no abastecimento, os aumentos ou quedas de preço, as altas e baixas nas vendas e nas compras, conseguimos construir um painel robusto para o acompanhamento das tendências, tanto a nível nacional quanto regionalmente. Toda semana são entrevistados por telefone 100 empresários do varejo de autopeças, amostrados a partir da base de relacionamento da NovoMeio, e ponderados em função da distribuição da frota circulante por região.

E mensalmente apresentamos um resumo comparativo das dimensões, considerando as variações mensuradas ano a ano, de forma sintética e gráfica. Falando em gráfico, mesmo que você já acompanhe as análises há algum tempo, vamos explicar como são dispostos os gráficos apresentados aqui e de que forma devem ser lidos e interpretados. Lembrando que os dados são coletados sempre de forma retroativa e tentam capturar a percepção dos empresários do varejo em relação à variação da semana em que é feita a pesquisa em relação à semana anterior. Apresentamos um gráfico para cada dimensão, a saber: abastecimento, preço, vendas e compras.

 Em cada gráfico aparecem os anos correspondentes: 2020, 2021 e 2022, e dentro de cada ano o valor respectivo a cada região (CO, NE, N, SE e S) e o agregado país (BR), sendo que o círculo vermelho é a média aritmética das semanas de coleta do mês em análise, e os limites superior e inferior, representado por um traço vertical vermelho, indica a variação em desvios-padrão. Em relação ao agregado Brasil, temos uma linha horizontal tracejada azul passando justamente pela média, que serve como parâmetro para avaliar as regiões em comparação ao Brasil, naquele ano e naquela dimensão específica. Dito isso, vamos aos gráficos e às análises.

ABASTECIMENTO

Antes de iniciar a análise, convém destacar que os valores no eixo Y são negativos, ou seja, demonstra a quebra ou ruptura do abastecimento. Se em setembro de 2020 a média nacional foi de -7,67%, em 2021 chegamos a -13,6% e batemos -5,61% em 2022, apontando para um possível reestabelecimento das entregas e da completude dos pedidos. Cabe destacar que em 2022, as regiões Sul, Norte e Sudeste apresentaram um desempenho melhor que o agregado país, enquanto Nordeste e Centro-Oeste mostraram desempenho pior. Uma tendência a ser observada nos próximos meses.

PREÇO

Se no gráfico anterior o eixo Y mostrava valores negativos, aqui temos valores positivos, que representam o aumento dos preços, de forma comparativa entres os meses de setembro dos anos 2020, 2021 e 2022. Em setembro de 2020, a média nacional de variação de preços foi de aproximadamente 4%, em 2021 chegamos a 7,1% e em 2022 a média foi de 2,3%. Este achado pode indicar que as grandes variações em preço observadas ao longo dos últimos 3 anos podem ter encontrado uma estabilidade, ou ainda, que as pressões cambiais e inflacionárias tenham influenciado o comportamento das mudanças. Se nos anos 2020 e 2021 notávamos uma variação entre as regiões menos pronunciadas, em 2022 cabe destaque à amplitude de variação nas regiões Sul e Norte, ponto de atenção para as próximas análises

VENDA

Se em algum momento os dados das pesquisas MAPA e ONDA foram questionados quanto à sua validade, este gráfico serve como prova de quão aferido e sensível é o processo de coleta empregado. Foi voz corrente no mercado que após a estabilização das atividades no segundo semestre de 2020 as vendas foram maiores, e que os efeitos da segunda onda em 2021 e as dificuldades ligadas ao emprego, inflação e incertezas impactaram as vendas, com uma retomada ao longo de 2022, longe do que fora 2020. A variação média do agregado país em setembro de 2022 foi de -0,1%, valor que pode ser considerado desprezível em nosso modelo probabilístico. Assim, esperamos ver nos próximos meses uma variação positiva nos números regionais relativos às vendas, como reflexo da Fonte: Pesquisas MAPA e ONDA (After.Lab) tendência geral apresentada..

COMPRA

Das quatro dimensões pesquisadas, as variações na compras é a que apresenta menor variabilidade média no agregado país: -2,25% em 2020, -2,74% em 2021 e -2,09% em 2022, mas a que tem o comportamento mais errático quando analisado o conjunto dos dados regionais. Causas para isso não faltam: dificuldades logísticas nas entregas, falta de produtos ao longo e após o período pandêmico, limitações de produção nas indústrias, dentre outras. Fatores como sazonalidade, feriados ou festividades locais, também podem ajudar a explicar fenômeno. O que verificamos empiricamente, por meio de regressão linear múltipla, é que 10% das variações nas compras estão ligadas às variações nos preços, os outros 90% vêm de causas que não foram mensuradas nesta pesquisa, como por exemplo a expectativa do empresário em relação às eleições.

CONCLUSÕES

Com mais esta análise comparativa dos dados relativos às pesquisas MAPA e ONDA, entregamos ao mercado de reposição um conjunto de informações importantíssimas para a avaliação do seu desempenho, tanto em comparação com a região quanto ao agregado país, além de subsídios para a tomada de decisão sobre os próximos meses. Se não dispomos de bola de cristal para os exercícios de futurologia, temos sim um conjunto consistente de dados que, de forma sistematizada e contínua, se converteu na mais fidedigna fonte de informações sobre o comportamento dos varejos de autopeças.


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