VIES – Variação nos índices e estatísticas pré e pós-crise Outubro 2021 x outubro 2020 -

VIES – Variação nos índices e estatísticas pré e pós-crise Outubro 2021 x outubro 2020

Análise é feita em quatro dimensões: nível de variação de abastecimento (ruptura de entrega), variação de preços, variação nas vendas e variação nas compras, sempre de forma acumulada e retroativa, ou seja, os empresários do varejo de autopeças são perguntados sobre a variação em relação à semana anterior à entrevista.

Marcelo Gabriel – head do After.Lab [email protected]

Continuando em nossas análises comparativas das pesquisas MAPE e ONDA, conduzidas de forma sistematizada pelo After.Lab – unidade de pesquisa e inteligência de mercado do Grupo Novo Meio, nesta edição apresentaremos os dados relativos ao mês de outubro, tanto de 2020 quanto de 2021.

Cabe sempre ressaltar que nossa análise é feita em quatro dimensões: nível de variação de abastecimento (ruptura de entrega), variação de preços, variação nas vendas e variação nas compras, sempre de forma acumulada e retroativa, ou seja, os empresários do varejo de autopeças são perguntados sobre a variação em relação à semana anterior à entrevista.

Como fizemos nos meses anteriores, apresentamos os resultados de cada ano em dois gráficos, em que é apresentada a variação média nacional e regional. Nas linhas verticais vermelhas, o círculo representa a média mensal e os extremos representam mais um e menos um desvio-padrão.

A linha horizontal preta tracejada representa a média nacional, que serve de baliza para comparação ao desempenho de cada região. Feitos os devidos comentários sobre a representação gráfica, passemos às análises começando pelo nível de abastecimento (ou ruptura no fornecimento).

Pela análise do gráfico percebe-se que já em outubro de 2020 os varejistas de autopeças enfrentavam uma crise no abastecimento, com média nacional de -8,22% em relação às semanas anteriores, com os estados das regiões Sul e Norte apresentando resultados piores que a média nacional. Já em 2021, além da média nacional ter piorado em 5,13 pontos percentuais, passando para 13,35% de variação negativa, quase todas as regiões apresentaram variação semelhante, com destaque novamente para a região Norte, e uma melhora na região Sul, mesmo quando comparada aos resultados de 2020.

Na sequencia passamos a analisar os resultados relativos à variação nos preços. Se em 2020 as variações de preço foram quase que uniformes entre as regiões, com destaque para o Nordeste e para o Sul, o comportamento em 2021 mostra duas condições bastante importantes: (1) todas as regiões passaram a barreira dos 5% já que a média nacional em 2020 era de 4,15% e hoje está em 7,72%, e (2) as regiões Centro-Oeste e Sul com uma variação menor que a média nacional, mas ainda superior à média de 2020.

Dados do IBGE relativos ao IPCA acumulado dos últimos doze meses em outubro de 2021 indicam uma inflação de 10,67% em âmbito geral, e no limite superior do nosso gráfico, essa barreira foi alcançada nas regiões Norte, Sudeste e Norte no mês de outubro. O que demonstra um cenário bastante complexo para a gestão dos negócios, em que se combina escassez de produtos com alta de preços. Como consequência desta combinação, houve sim uma variação negativa importante em relação às vendas comparativas nas cinco semanas do mês de outubro de 2021, como apresentado no próximo gráfico.

Os números chamam a atenção, mas não se comparam ao desempenho da venda de veículos novos que caiu 24,5% em outubro de 2021 na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Na média, a venda nas lojas de autopeças em outubro de 2021 está 4,03% abaixo que o mesmo período de outubro de 2020, lembrando sempre que a coleta dos dados é retroativa à semana anterior. Mais uma prova de que, mesmo frente a crises profundas, o mercado de reposição é sempre um porto seguro.

Finalmente, passamos a analisar o desempenho das compras. Se em 2020 a média das compras na região Sudeste se mantiveram praticamente no “zero a zero” e todas as demais regiões apresentaram crescimento, em 2021 a média nacional foi de -0,64%, um número negativo se comparado à média de 200 que foi de 1,10%, mas não estatisticamente significativo, ou seja, uma variação dentro do intervalo de confiança da medida. Não obstante, chama a atenção o desempenho positivo das regiões Norte e Centro-Oeste, bem como o desempenho negativo das regiões Nordeste e Sudeste, que apontam para quedas nas compras próximas a 5%.

Com a aproximação do final do ano, e o eventual ingresso das parcelas do décimo-terceiro salário, espera-se uma melhora nas vendas e consequentemente nas compras, mas ainda estamos diante de um cenário pouco favorável em relação ao fornecimento e ao aumento de preços. Cabe ficar atento aos dados e às análises que fazemos.

QUER RECEBER MAIS ANÁLISES COMO ESTA TODOS OS MESES? Então assine o Dossiê After.Lab-Varejo de Autopeças, um relatório analítico comentado que traz o resultado das pesquisas MAPA e ONDA do mês e o comparativo VIES, que avalia as movimentações anuais no mês de referência. O Dossiê After.Lab-Varejo de Autopeças é disponibilizado em formato impresso e em vídeo, exclusivo para assinantes. Para saber como assinar fale com [email protected]


Notícias Relacionadas