VIES – Variações no Índices e Estatísticas Julho de 2020 a 2024 -

VIES – Variações no Índices e Estatísticas Julho de 2020 a 2024

Diferente das análises anteriores, desta vez reunimos o comportamento das quatro variáveis (abastecimento, preço, vendas e compras) ao longo dos anos a partir da ótica regional e iniciando com uma análise do comportamento nacional.

A pesquisa VIES compreende a comparação do desempenho para os meses de julho de 2020 a 2024 com abrangência nacional (BR), assim como para as cinco regiões do país: Centro-Oeste (CO), Norte (N), Nordeste (NE), Sul (S) e Sudeste (SE). Diferente das análises anteriores, desta vez reunimos o comportamento das quatro variáveis (abastecimento, preço, vendas e compras) ao longo dos anos a partir da ótica regional e iniciando com uma análise do comportamento nacional.

Conforme os resultados expostos no gráfico 1 e na tabela 1, é observado que o nível de abastecimento no Brasil se manteve abaixo de zero no mês de julho em todos os anos analisados, com brusca queda em 2021 (um pouco mais de 1 ano após o início da pandemia de COVID 19) mas com consideráveis melhoras em 2022 e 2023, seguido de queda em 2024. Ao analisarmos o comportamento dos preços, observamos que este apresentou um pico positivo em julho de 2021, mesmo momento em que os níveis de abastecimento se encontravam mais baixos. Logo, se um dos princípios básicos da economia é ajustar a oferta e a demanda através dos preços, esse resultado faz sentido por si só. As variações nas compras e vendas ao longo dos anos mostraram mudanças pequenas, sempre perto de zero.

Para os fãs de estatística, a interpretação da ANOVA mostra que abastecimento e preço apresentaram variações significativas ao longo dos anos (p < 0.05), ao passo que vendas e compras não apresentaram variações significativas ao longo dos anos (p > 0.05). O teste de Tuckey, realizado para corroborar os resultados da ANOVA, mostra que tanto para o abastecimento quanto para o preço, existem diferenças significativas observadas entre anos, particularmente entre 2021 e 2020.

Agora vamos analisar as diferentes regiões, começando pela região Centro-Oeste do país. Nessa região, constatamos que, das quatro vertentes analisadas, o abastecimento foi a que apresentou maior variação. A análise de variância (ANOVA) mostrou que o abastecimento foi a única variável com variação significativa a 5% de significância (p < 0,05). Os níveis de abastecimento caíram de 0,84% em 2020 para -15,7% em 2022, estabilizando-se em valores próximos de -7% em 2023 e 2024. Os preços partiram de valores próximos a zero em 2020 e aumentaram para 5,93% em 2024, um crescimento considerável, apesar de não haver diferença estatística entre os anos. Os níveis de compra tiveram o menor valor em 2022, chegando a -5,25%, mas se recuperaram para -1,65% em 2024. As vendas apresentaram valores positivos em parte dos anos analisados, exceto em 2021 e 2022, com -0,97% e 5,20%, respectivamente.

Concluímos que 2022 foi um ano de quedas em todas as vertentes do mercado de autopeças na reposição (abastecimento, preços, vendas e compras) na região Centro-Oeste, mas os anos seguintes mostraram recuperação.

O Gráfico 3 mostra as informações da região Norte do país. Observamos uma queda acentuada nos níveis de abastecimento em 2021, com recuperações em 2022 e 2023, seguidas de outra queda em 2024. Em 2021, a média mensal de abastecimento chegou a -16,92%. Os níveis de preços aumentaram de 0,89% em 2020 para 5,65% em 2021, mantendo-se estáveis nos anos seguintes e caindo para 1,32% em 2024. As vendas tiveram uma queda constante e significativa desde 2020, passando de 5,48% para -6,13% em 2024. Os níveis de compras oscilaram constantemente no mês de julho de todos os anos, caindo para -2,42% em 2021, recuperando-se para 1,3% em 2022, e voltando a valores negativos em 2023 e 2024.

Na análise ANOVA, verificamos que apenas as variáveis vendas e abastecimento apresentaram diferenças estatisticamente significativas entre os meses de julho nos anos analisados.

Na região Nordeste, o abastecimento teve comportamentos semelhantes aos da região Norte, chegando a -17,83% em 2021. Embora tenha havido recuperações nos anos seguintes, os níveis de abastecimento continuaram negativos. Os preços atingiram um pico de 7,86% em 2021 e se mantiveram estáveis nos anos seguintes, alcançando 2,82% em julho de 2024. As vendas foram negativas por três anos seguidos (2021 a 2023), mas se recuperaram e atingiram 3,85% em 2024. As compras também mostraram uma tendência de crescimento positivo, depois de dois anos de resultados negativos (-0,97% em 2021 e -3,12% em 2022), alcançando 2,11% em 2024. Na análise ANOVA, apenas o abastecimento e os preços apresentaram variações significativas (p < 0,05).

Na região Sul, os níveis de abastecimento e preço seguem o mesmo comportamento oposto observado nas outras regiões. Em 2021, quando o abastecimento atingiu seu ponto mais baixo (-13,38%), os preços alcançaram seu pico mais alto (8,29%). Isso acontece porque o preço funciona como um regulador que equilibra a oferta e a demanda. As vendas e as compras também seguiram padrões semelhantes. As vendas foram negativas no mês de julho de todos os anos. Os níveis de compras, que foram negativos nos três primeiros anos, melhoraram para 0,12% em 2024. Na análise ANOVA, apenas abastecimento e preço apresentaram variações significativas (p < 0,05).

Por fim, analisamos o desempenho das variáveis na região Sudeste do país. Novamente é visto comportamento oposto nos níveis de abastecimento (-13,66%) e preço (7,43%) em 2021. Após pico positivo em 2021, os níveis de preço caíram constantemente nos anos seguintes, estacionando em 2,40% em 2024, enquanto os níveis de abastecimento sofreram recuperação nos dois anos seguintes a 2021 e voltaram a cair em 2024, estacionando em -10,11%.

As vendas apresentaram valores percentuais positivos entre 2020 e 2022, mas caíram para valores negativos em 2023 (-0,95%) e 2024 (-4,13%). As compras, por outro lado, foram negativas na maioria dos anos analisados, com exceção de 2023, quando tiveram um desempenho de 0,55%, mas caíram para -5,61% em 2024. Na análise de variância, apenas as vendas não mostraram variações significativas, com um nível de confiança de pelo menos 5%.


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