BRASIL
Observa-se melhora gradual na percepção dos varejistas quanto ao abastecimento ao longo dos anos, saindo da forte queda em 2021 (-12,58%) para um recuo moderado em 2025 (-3,86%). A pressão de preços diminui de forma contínua, com a variação caindo de 7,74% em 2021 para 1,08% em 2025. Em relação à demanda, tanto vendas quanto compras apresentam comportamento mais volátil. Depois de quedas importantes em 2021, houve recuperação em 2022 e 2023, mas os indicadores voltam cair em 2024 e 2025.
A análise ANOVA sugere que somente abastecimento e preço são significantes a pelo menos 5% de significância. Logo, o cenário sugere melhora estrutural no abastecimento e nos preços, mas uma demanda estável nos últimos anos.
Comportamento das variáveis Brasil
Fonte: After.Lab
NORTE
Cenário de restrição no abastecimento em 2021 e 2022, com quedas expressivas (-16,88% e -12,29%), seguidas por uma melhora pontual em 2023 (-1,73%). Contudo, essa recuperação não se sustenta: em 2024, o abastecimento volta a piorar (-7,70%) antes de apresentar nova amenização em 2025 (-3,00%). Apesar da oscilação, a tendência geral é de redução das dificuldades de oferta, mas ainda com instabilidade mais acentuada do que em outras regiões. Já os preços têm trajetória de desaceleração, caindo de um pico significativo em 2021 (11,38%) para níveis bem mais moderados a partir de 2023, estabilizando-se próximos de 1% – 1,5%.
Nas vendas, depois de uma queda muito forte em 2021 (-10,00%), há recuperação em 2022 e 2023, seguida novamente por retração em 2024 e um recuo acentuado em 2025 (-5,46%). As compras acompanham esse padrão, alternando altas e baixas, mas encerram o período com quedas consecutivas em 2024 e 2025.
A ANOVA indicou que abastecimento e preço apresentaram diferenças significativas. Já as vendas e compras não mostraram variação estatisticamente relevante, o que sugere estabilidade nas percepções dos varejistas quanto a esse indicador.
Comportamento das variáveis Norte
Fonte: After.Lab
NORDESTE
Observa-se melhora progressiva no abastecimento ao longo do período, saindo de uma queda muito intensa em 2021 (-15,62%) para recuos bem menores em 2025 (-3,74%). Os preços também mostram tendência de desaceleração, com reduções claras após 2021, embora 2024 apresente uma alta um pouco maior (3,54%). Ainda assim, 2025 retoma um nível de variação bem moderado (1,38%), sugerindo estabilidade crescente.
As vendas melhoram entre 2022 e 2023 após a forte queda de 2021, mas voltam a recuar em 2024 antes de mostrar pequena recuperação em 2025 (0,95%). Já as compras seguem padrão semelhante, com oscilações leves, mas sem sinais de retomada consistente, permanecendo negativas em 2023, 2024 e 2025.
A análise de variância (ANOVA) revelou que apenas abastecimento e preço tiveram mudanças estatisticamente significativas. Em contraponto, as flutuações em vendas e compras não apresentaram significância estatística.
Comportamento das variáveis Nordeste
Fonte: After.Lab
CENTRO-OESTE
Embora os varejistas ainda relatem quedas no nível de abastecimento, a intensidade diminui significativamente entre 2021 (-10,98%) e 2025 (-1,63%). Isso indica normalização progressiva da oferta de peças, com 2025 apresentando o melhor cenário da série. Os preços também seguem trajetória de desaceleração, após variações elevadas em 2021 e 2023; em 2025, a alta é mínima (1,14%).
Já as vendas apresentam comportamento relativamente estável até 2023, mas passam a registrar queda em 2024 e recuo mais acentuado em 2025 (-3,96%). As compras acompanham essa dinâmica: após crescimento em 2021 e 2022, os varejistas alternam entre alta e baixa, encerrando 2025 com forte contração (-4,34%).
A ANOVA apontou que apenas abastecimento apresentou mudanças relevantes no período, ou seja, variações reais e consistentes, não ocasionais. As flutuações em preços, vendas e compras não mostraram significância estatística.
Comportamento das variáveis Centro-oeste
Fonte: After.Lab
SUDESTE
O abastecimento apresenta melhora ao longo do período, embora com maior instabilidade do que em outras regiões. Após forte queda em 2021 (-11,72%), há um avanço importante em 2022 e 2023, mas o indicador volta a cair em 2024 (-7,45%) antes de mostrar nova redução na intensidade da queda em 2025 (-4,94%). Ainda assim, a tendência geral aponta para uma normalização gradual, mas com oscilações relevantes. Os preços, por outro lado, exibem trajetória de desaceleração consistente, saindo de uma alta de 7,74% em 2021 para apenas 1,21% em 2025.
As vendas, após recuperação em 2022, voltam a cair em 2023, 2024 e 2025, com retração cada vez mais expressiva. As compras seguem padrão semelhante, com oscilação ao longo dos anos, mas terminam o período com quedas contínuas e significativas.
A análise de variância (ANOVA) aponta que as mudanças em abastecimento, preço e compras foram estatisticamente significativas. Apenas o atributo compras não apresentou diferença relevante, sugerindo que, apesar das oscilações pontuais, esse indicador se manteve relativamente estável no período.
Comportamento das variáveis Sudeste
Fonte: After.Lab
SUL
A percepção sobre o abastecimento melhora de forma gradual ao longo do período, dado que após uma queda significativa em 2021 (-11,62%) os índices permanecem negativos, mas com menor intensidade, chegando a -2,59% em 2025. Os preços seguem trajetória clara de desaceleração, partindo de um patamar elevado em 2021 (8,68%) para uma variação bastante moderada em 2025 (0,45%).
A demanda, entretanto, mostra perda de fôlego nos últimos anos. As vendas apresentam recuperação em 2022 e 2023, atingindo seu melhor resultado no período (2,22%), mas caem em 2024 e têm outra retração em 2025 (-3,51%). As compras acompanham esse movimento, exibindo quedas sucessivas que se intensificam ao final da série.
A ANOVA apontou que apenas abastecimento e preço apresentaram variações relevantes ao longo do período. Já vendas e compras não mostraram diferença estatisticamente significativa, sugerindo estabilidade na percepção dos varejistas do Sul.
Comportamento das variáveis Sul
Fonte: After.Lab
Destaques de abastecimento e preços – novembro/2025
Em novembro de 2025, os varejistas do mercado de autopeças apontaram como principais itens com dificuldade de abastecimento: sistema de suspensão (5,79%), seguido pelo sistema de motor (5,26%) e pelas velas de ignição (4,74%). Esse resultado indica que, embora ainda existam gargalos relevantes, o cenário permanece relativamente disperso entre diferentes componentes, evitando concentração em um único sistema, padrão semelhante ao observado nos meses anteriores.
Quanto aos preços, o sistema de suspensão também aparece como o item com maior percepção de aumento (5,10%), reforçando sua recorrência entre os segmentos mais pressionados. Em seguida vêm o óleo lubrificante e as velas de ignição, ambos citados por 4,08% dos entrevistados. A presença da suspensão tanto nos destaques de abastecimento quanto de preços sugere que esse componente continua enfrentando dificuldades, enquanto os demais itens apresentam aumentos mais moderados e distribuídos.
