Brasil
Os níveis de abastecimento e compras mantiveram-se deficitários em todos os meses de setembro, de 2020 a 2024. Em 2021, o abastecimento alcançou seu nível mais baixo: -12,85% e nos anos seguintes segurou valores próximos a -5%. Se pararmos para refletir, as informações por nós trazidas, mês a mês, mostra que o pico de desabastecimento ocorreu sempre nesse mesmo ano (2021) e este fato possui justificativas, como: escassez global de semicondutores, paralisações nas fábricas chinesas e elevação nos custos de fretes. Ora, se o abastecimento estava baixo e a procura (nível de compras), estava maior que a oferta de autopeças no mercado, então faz sentido que o nível de preços tenha atingido seu pico positivo também em 2021: 7%. Quanto ao desempenho das vendas, observamos uma queda entre 2020 e 2021 (de 2% em 2020 para -1,5% em 2021), seguido de uma leve elevação e valores constantes em 2022 e 2023, com nova queda em 2024.
A análise de variância (ANOVA), disposta na tabela 1, serve para nos informar se os valores médios que são mostrados aqui realmente possuem diferença significativa. Assim, a significância disposta na tabela 1 revela que somente o nível de compras não foi estatisticamente significativo, isto é, o desempenho médio das compras de autopeças ao longo dos meses de setembro de 2020 a 2024 é constante.
Centro-Oeste
Os níveis de abastecimento desempenharam grande variação ao longo dos anos, sempre exibindo valores negativos. Destaque para o pico negativo em 2021: -16%, ao passo que o melhor desempenho ocorreu em 2023: -5,1%. Os níveis de vendas e compras desenharam comportamentos parecidos: positivos em 2020 com queda para valores negativos e constância nos anos seguintes. Já o preços exibiram pico positivo em 2021 (6,8%) e menor pico em 2022 (1,3%). Em 2024, observamos quedas no desempenho do abastecimento, preço e vendas e compras. Na análise da anova, apenas o preço mostrou diferenças estatisticamente significantes.
Norte
Houve queda acentuada nos níveis de abastecimento em 2021, com recuperações em 2022 e nova queda em 2023, seguidos de outra recuperação em 2024. Em 2021, a média mensal de abastecimento chegou a -16,1%. Os níveis de preços aumentaram de 2,66% em 2020 para 7% em 2021, caindo para 1,33% em 2022 e se recuperando nos anos seguintes. As compras tiveram uma queda constante e significativa entre 2021 e 2023, passando de 1,86% em 2021 para -6.83% em 2023 recuperando-se em 2024. Os níveis de vendas saíram de valores positivos em 2020 para resultados negativos nos anos seguintes, chegando a -3,75% em 2024. Na análise ANOVA, verificamos que somente as vendas foram constantes (sem diferença estatisticamente significativa ao longo dos anos).
Nordeste
O abastecimento exibiu comportamentos similares aos da região Norte, chegando a -13,77% em 2021. Apesar das seguidas recuperações nos anos seguintes, os níveis de abastecimento continuaram negativos, fechando 2024 em -9,14%. Os preços atingiram um pico positivo de 7,94% em 2021 e caíram nos anos seguintes, com leve recuperação em 2024, quando atingiu 3,55%. As vendas passaram por oscilações positivas e negativas entre 2020 a 2023, quando engatou uma sequência negativa no ano seguinte, desempenhando -2,7% em 2024. As compras mostraram percentual de desempenho negativo em todos os anos aqui analisados, fechando 2024 com mais uma queda e atingindo -7,63%. Na análise ANOVA, exceto as compras não apresentaram variações significativas (p<0,05).
Sul
Os níveis de abastecimento e preço seguem o mesmo comportamento oposto observado nas outras regiões. Os preços alcançaram o pico mais elevado (8,37%) no mesmo período em que o nível de abastecimento atingiu seu patamar mais baixo (-10,23%). Isso acontece porque o preço funciona como um regulador que equilibra a oferta e a demanda. As vendas foram positivas em 2020 e 2021, decaíram para valores negativos em 2022 (-0,78%), recuperando-se em 2023 e fechando 2024 com desempenho negativo de -1,66%. Os níveis de compras que exibiram resultados negativos em 2020, foram recuperados para níveis positivos nos três anos seguintes, mas fecharam setembro de 2024 com desempenho negativo de -2,37%. Na análise ANOVA, todas as variáveis não apresentaram variações significativas (p < 0,05).
Sudeste
Novamente é visto comportamento oposto nos níveis de abastecimento (-12,62%) e preço (6,32%) em 2021. Após pico positivo em 2021, os níveis de preço caíram em 2022, com leves aumentos em 2023 e 2024, estacionando em 2,98%, enquanto os níveis de abastecimento sofreram recuperação nos dois anos seguintes a 2021 e voltaram a cair em 2024, estacionando em -7,98%.
As vendas apresentaram valor percentual positivo somente em 2020 e 2023, mas fecharam setembro de 2024 em -2,05%. As compras, por outro lado, foram negativas em setembro de todos os anos estudados, com pico negativo em 2024, quando fechou o mês com desempenho de -4,25%. Na análise de variância, apenas as compras não mostraram variações significativas, com um nível de confiança de pelo menos 5%.
