Voyage 1983 é a paixão de jovem funcionário da Rocha Autopeças -

Voyage 1983 é a paixão de jovem funcionário da Rocha Autopeças

Aos 19 anos, Murilo Smidi não troca seu “quadrado” pelo design de nenhum carro moderno

Para empresários de varejos de autopeças que desejam treinar seus balconistas para conhecerem os diferentes sistemas e componentes dos veículos a fim de que não se tornem apenas meros operadores de catálogos eletrônicos, nada melhor do que iniciá-los na empresa na função de estoquistas.

Lá, o manuseio diário de item por item familiariza o iniciante rapidamente com o mundo das peças e torna o jovem-aprendiz um profissional preparado para responder às mais variadas demandas dos clientes atrás do balcão.

Porta de entrada de tantos balconistas na reposição, o estoque foi também a primeira função de Murilo Smidi no segmento.

O jovem de 19 anos de idade ingressou na Rocha Autopeças, de Campinas (SP), há 20 meses e, além da dedicação diária e profissionalismo, possui no amor aos veículos uma virtude fundamental para que possa agregar cada vez mais ao negócio do proprietário, Roberto Rocha, e ao seu próprio crescimento profissional.

E a paixão de Smidi pelos automóveis se traduziu em uma história para lá de especial com um clássico da Volkswagen: o Voyage da primeira geração, que hoje é conhecido entre os apreciadores por “quadrado”.

O personagem

Nascido no ano de 1998 –quatro anos após o lançamento do “Gol bola”, a segunda geração do carro que deu origem ao Voyage–, o jovem campineiro Murilo Smidi pareceu crescer “saudoso de tempos que não viveu” ao nutrir um apreço irresistível pelos chamados carros de linhas retas, ou “aquadradados”.

Quão mais as montadoras se esforçavam para tornar os designs de seus veículos mais modernos –redondos ou ovalados–, não lhe importava… Smidi gostava mesmo era de traços retos e, na maioria das vezes, rústicos.

Aos 17 anos, o estoquista conheceu o Voyage de um amigo próximo e foi amor à primeira vista. Prestes a ser legalmente apto a dirigir, o então adolescente não tinha dúvidas – queria que aquele fosse seu primeiro carro.

Atendendo ao desejo do filho, o pai, Alexandre Smidi, não desperdiçou tampo e comprou o Voyage ano 1983 antes mesmo do jovem completar 18 anos de idade e realizou o sonho do adolescente. “Era e continua sendo o carro dos meus sonhos”, conta o estoquista.

Além de seu xodó quadrado, o jovem da Rocha Autopeças tem também um Volkswagen Fox ano 2010, que classifica como “carro do dia a dia”. O curioso é que, bem antes de produzir o modelo atualmente conhecido como Fox no mundo todo –dos anos de 1987 a 1993– o Voyage era exportado para os Estados Unidos também com o nome Fox.

 

O xodó

Lançado em 1981, o Voyage é a versão três volumes do Gol, surgido um ano antes com a missão de substituir o Fusca. Além do terceiro volume do porta-malas, o novo modelo trazia o motor 1.5 refrigerado a água, o mesmo usado no Passat. O Voyage poderia muito bem se chamar “viagem”, pois, embora carregue o sotaque francês no nome, foi projetado e desenvolvido 100% em solo brasileiro. Da mesma plataforma viriam ainda a Parati e a Saveiro.

Ao longo de seus 36 anos de vida, o modelo é um dos oito mais vendidos na história do mercado brasileiro e já foi exportado para mais de 58 países, incluindo Argentina, onde é conhecido Gacel (gazela em espanhol) e México, país no qual é chamado de Gol Sedan.

Seguindo à risca o ditado que afirma que “quem ama cuida”, do momento da aquisição até hoje Murilo Smidi não passa mais de seis meses sem fazer uma revisão completa no seu Voyage, tanto para mantê-lo em perfeito estado, quanto para preservar a fluidez do som de seu motor, característica apontada como a preferida de Smidi em seu xodó.

“Devido ao cuidado que tomo com ele, meu Voyage nunca me deixou na mão”, afirma o jovem, antes de se recordar de uma história curiosa: “Quero dizer, deixou uma vez. Eu e minha namorada viajamos até a pedreira com ele para fazer um passeio romântico, mas por algum motivo esqueci de checar o combustível… Ele acabou e tivemos que andar a pé até o posto mais próximo para fazer o carro funcionar novamente”, relembra o proprietário e apreciador de um dos futuros clássicos da Volkswagen no Brasil.


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