Claudio Milan
As macrotendências globais do setor automotivo vêm impactando gradativamente o mercado de reposição. No Brasil, os processos mais adiantados são a digitalização e conectividade veicular e a transição da posse para o uso do veículo por meio da expansão das frotas de transporte por aplicativos – que vem sendo chamada no Aftermarket Automotivo de “pejotização” da frota.
E não é só isso: a eletrificação e a condução autônoma podem ser um ponto quase invisível no horizonte do mercado brasileiro, mas estão na ordem do dia das matrizes – tanto montadoras quanto fornecedores.
Os impactos dessas transformações todas no mercado de reposição foram tema de encontro realizado em 26 de maio pela ZF com a imprensa especializada brasileira no ambiente digital. A empresa apresentou sua visão para o Aftermarket Automotivo da próxima geração.
Philippe Colpron, vice-presidente executivo e líder da divisão de Aftermarket da ZF desde 1º de janeiro de 2021, destacou que todos os players devem se preparar para muitas mudanças radicais. “A eliminação gradual até 2035 dos veículos de passeio novos movidos por combustão interna é uma transformação muito importante para um grupo como o nosso, que está enraizado na tecnologia. Temos a legitimidade dessas inovações e precisamos trazer isso para nossa era. O carro está se transformando cada vez mais em sistemas operacionais, supercomputadores, e temos que ter uma posição de liderança para oferecer softwares para a arquitetura do automóvel e também entender que os veículos estarão conectados às nuvens”.
Segundo o executivo, o ecossistema do aftermarket terá que encontrar seu espaço nessa nova dinâmica. “E temos que oferecer nossas próprias soluções”, diz. “As questões envolvendo o e-commerce também representarão novos desafios para nossos clientes e temos que manter isso sempre em observação”.
Qual é a lição de casa para o Atermarket Automotivo? Philippe Colpron entende que uma das importantes é se desenvolver nas questões que envolvem transparência. “Temos que disseminar um valor para a sociedade e todos os participantes desse processão terão que olhar para novas soluções e caminhos. A era digital mostra que haverá novas prioridades que terão de ser que considerada para que os objetivos sejam atingidos. Temos que ter o conhecimento nas empresas para reconhecer as novidades. Parece óbvio que nesse contexto olhemos para os usuários. Vamos precisar de novos canais de comunicação e precisamos ter um serviço de apoio tecnológico muito desenvolvido para abranger todas as competências nessa área. E mais: ter cada vez maior capacidade de entender os conceitos de sustentabilidade, a cada dia mais importantes, inclusive no aftermarket”.
