Na estreia da nova seção, Euclides Rocha, da Ramos & Copini, exibe com orgulho sua Rural Willys 1971
Lucas Torres
jornalismo@novomeio.com.br
Balconistas de autopeças são, em geral, apaixonados por automóveis. Sobretudo os bons balconistas, aqueles que atendem a necessidade dos clientes indicando a peça ideal com o mesmo zelo que fariam com seu próprio carro.
Pensando nesse carinho com que o balconista – e também o varejista de autopeças – trata seu próprio automóvel e os carros de seus clientes, o Novo Varejo decidiu homenagear a paixão desses profissionais mostrando um pouco mais desse lado “aficionados por carro”.
Nos próximos meses, a série batizada de “Meu xodó” mostrará um pouco da história de balconistas que nutrem um sentimento especial pelo seu veículo: seja ele uma relíquia, um seminovo popular ou um zero quilômetro.
Em resumo, a série não leva em consideração qualquer questão relacionada a modelo ou valor agregado do veículo, sendo o sentimento nutrido pelo balconista o critério único de seleção.
Apaixonado por antigos inaugura seção
O personagem
Funcionário de uma das maiores empresas de autopeças do Rio Grande do Sul, a Ramos & Copini, o balconista selecionado para estrear a série trabalha no varejo de reposição há mais de duas décadas, sendo sete anos desse período na gigante gaucha.
Ele é Euclides Edir Rocha, de 42 anos, dono de uma enorme paixão por carros antigos e que, antes mesmo de adquirir o seu “velhinho ”, frequentava encontros de proprietários de relíquias na capital gaúcha.
Para Rocha esse apreço não apenas pelos antigos, mas por automóveis em geral, se tornou parte fundamental de sua atuação como balconista ao passo que, segundo ele, ao gostar e procurar se aprofundar no tema o profissional da área acaba passando mais segurança ao cliente no que diz respeito à resposta de suas necessidades. “Além disso, acredito que gostar do que se faz é fundamental para que qualquer profissional obtenha êxito em sua área de atuação”, complementou o balconista.
O veículo
A paixão de Euclides Edir Rocha por carros antigos finalmente se materializou no ano de 2015, quando, com muito esforço, adquiriu sua Rural Willys 1971. “Para mim foi muito importante, pois a Rural não é apenas um carro antigo. Ter uma significa carregar um pedacinho da história. Esses carros da Willys, especialmente o Jeep, nasceram nos Estados Unidos para enfrentar os campos de batalha da Segunda Guerra Mundial”, conta, orgulhoso, o balconista.
Passado o conflito, a robustez e o conforto do veículo o fizeram ganhar o mundo. Inclusive o Brasil, um dos países em que a Rural mais fez sucesso após sua chegada no país, no final de 1956.
Apesar da produção do modelo ter sido encerrada em 1977, quando então era fabricado pela Ford, os proprietários da Rural ainda possuem certa facilidade no momento de procurar peças para a manutenção do veículo. E o belo exemplar de nosso balconista é um bom exemplo disso.
Confraternização com a família e os amigos
Carro antigo é sinônimo de amizades. Euclides Rocha faz parte de um grupo chamado Família Rural/F-75, composto por mais de 150 membros espalhados por todos estados do Brasil,
“Nesse grupo um membro supre a necessidade do outro sempre que possível, sem nenhum fim lucrativo. Lá são realizadas trocas, vendas, intercâmbio de informações e etc. Somos realmente uma família”, afirma o proprietário.
Em relação aos custos de manutenção Rocha afirma serem baixíssimos, ao passo que ele não utiliza sua Rural para trilhas – eventos que desgastariam mais o veículo. Além disso, o balconista não a utiliza para passeios de longa distância, limitando-se a participar de encontros realizados na Grande Porto Alegre.
Perguntado sobre as características do veículo que mais o agradam, Euclides Rocha é conciso – mas não pouco detalhista, dando sinais de todo o afeto com que olha para sua Rural. “O que mais me agrada nela é seu design com traços e curvas marcantes. Claro que sua inconfundível pintura no estilo saia-e-blusa nas cores branca e azul também é um fator que merece destaque”.