Fatos interessantes sobre eletrificação no Brasil -

Fatos interessantes sobre eletrificação no Brasil

O balanço do primeiro semestre divulgado pela ABVE – Associação Brasileira do Veículo Elétrico mostra que o setor segue em trajetória de crescimento no país.

Claudio Milan claudio@novomeio.com.br

O balanço do primeiro semestre divulgado pela ABVE – Associação Brasileira do Veículo Elétrico mostra que o setor segue em trajetória de crescimento no país. É claro que os números são tímidos em comparação ao mercado convencional de automóveis a combustão – que ultimamente não anda lá essas coisas –, mas, ao mesmo tempo, trazem constatações interessantes. A primeira não é exatamente uma surpresa: os eletrificados tiveram de janeiro a junho de 2023 o melhor semestre da série histórica, com 32.239 emplacamentos, 58% a mais que no mesmo período do ano passado. Daqui pra frente, é bastante provável que os recordes sejam quebrados a cada seis meses, já que a oferta vem aumentando, os preços tendem a cair e o interesse dos consumidores é crescente. Apenas no mês passado foram 6.225 emplacamentos, 53% acima de junho de 2022 (4.073).

Os resultados deixaram os executivos da ABVE otimistas com a possibilidade de superar a previsão de 70 mil carros vendidos até o final deste ano. No total, temos hoje 158.678 eletrificados em circulação no Brasil. O balanço da entidade revela, ainda, que os elétricos plug-in (PHEV) apresentaram o maior crescimento nos últimos 12 meses, com 11.475 emplacamentos, nada menos que 206% a mais que no mesmo período de 2022. No entanto, o segmento preferido pelos consumidores ainda é o dos híbridos não plug-in (HEV). O custo de aquisição do veículo tem sido, provavelmente, o principal obstáculo estacionado entre os motoristas brasileiros e os veículos eletrificados. Só que isso já começou a mudar e, ao que tudo indica, 2023 vai ser um marco transformador no que se refere a preço. Neste mês de julho, a Hyundai começou a vender aqui o Kona, o híbrido mais barato do mercado – ou, se preferir, o menos caro. Trata-se de um hatch moderno, bem equipado, que custa R$ 169.990. Detalhe: quando foi anunciado, em março, a previsão era pra mais de R$ 200 mil.

A segunda opção mais acessível é um carro que o brasileiro adora: o Toyota Corolla Hybrid CVT, vendido por R$ 183.790. Aqui também tem detalhe: o Honda New City sedan flex – que pertence a uma categoria abaixo do Corolla – sem qualquer eletrificação custa mais de R$ 135 mil. A briga promete esquentar neste segundo semestre. A BYD adquiriu a fábrica da Ford em Camaçari, na Bahia, e vai investir R$ 3 bilhões para produzir caminhões, chassi de ônibus e carros eletrificados. A marca chinesa já lançou o Dolphin, modelo elétrico com 290 quilômetros de autonomia que custa R$ 149.800 e traz muita tecnologia e conectividade. Quem também está desembarcando no mercado é o GWM Ora, um hatch 100% elétrico com design retrô muito atraente que pode desenvolver até 173 cv de potência, a depender da versão. O preço ainda não foi divulgado, mas é esperado que seja equivalente ao BYD Dolphin, seu concorrente direto. E a GWM tem sido muito agressiva em suas estratégias de marketing.

Sabemos que a propulsão 100% elétrica não será a primeira opção no Brasil. Mas é preciso aguardar um pouco para descobrir até onde esses carros podem chegar em nosso mercado.


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