IBGE identifica explosão de empreendedorismo entre 2017 e 2021 -

IBGE identifica explosão de empreendedorismo entre 2017 e 2021

Nesse período de cinco anos foram registrados 9,5 milhões de MEIs, ou 72% do total em atividade em 2021 (13,2 milhões)

Diário do Comércio

Números divulgados pelo IBGE mostram que em 2021 estavam ativos no país 13,2 milhões de microempreendedores individuais (MEIs). Desse contingente, 9,5 milhões iniciaram as atividades entre 2017 e 2021, ou seja, 72,1% dos MEIs atuantes à época tinham no máximo cinco anos de atividade.

Há algumas razões para essa “explosão de empreendedorismo” em um prazo aparentemente curto. Uma delas é a pandemia de covid-19, que no Brasil teve impacto inicial em 2020.

Antes da pandemia, em 2019, havia 9,6 milhões de pessoas trabalhando como MEI. Esse número subiu para 11,2 milhões em 2020 e chegou aos 13,2 milhões em 2021, aumento de 37,5% (3,6 milhões a mais) em relação ao período pré-pandemia.

Com as restrições impostas às atividades econômicas para controle do vírus, muitas empresas acabaram demitindo funcionários, gerando uma massa de trabalhadores que buscou apoio no empreendedorismo.

Em 2021, a taxa de entrada de MEIs foi de 22,0%, equivalente a 2,9 milhões de empreendedores, enquanto a taxa de saída foi 6,5%, correspondente a 857 mil empreendedores. Assim, o saldo ficou positivo em aproximadamente 2,1 milhões de MEIs.

TRABALHADORES FORMAIS

Os 13,2 milhões de microempreendedores individuais ativos em 2021 representavam 69,7% do total de empresas e outras organizações em operação no país à época.

Os dados do IBGE mostram também que 19,2% dos trabalhadores formais do país atuavam como MEI em 2021.

A atuação do MEI no mercado formal é maior em alguns ramos de atividades, como cabeleireiro, onde 90,6% dos microempreendedores individuais são formais, atividades de publicidade (77,2%), serviços de construção (73,9%), comércio varejista (73,9%) e obras de acabamento (67,5%).

“Os MEIs têm ganhado cada vez mais espaço no mercado de trabalho formal do país, mostrando uma crescente evolução. A maior parte deles está concentrada na região Sudeste”, diz Thiego Ferreira, analista da pesquisa.

ONDE ATUAM

Em 2021, mais da metade (50,2%) dos MEIs atuava no setor de Serviços; 29,3% estavam no Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas; 10,8% na Indústria geral; 9,4% na Construção; e apenas 0,3% na Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura.

O segmento com maior presença de MEIs foi o ramo de cabeleireiros e outras atividades de tratamento de beleza, concentrando 9,1% do total de microempreendedores do país à época, ou 1,197 milhão de pessoas.

Em seguida, vinham comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios, com 939,6 mil MEIs (7,1%), e restaurantes e outros estabelecimentos de serviços de alimentação e bebidas, com 827,3 mil (6,3%).

Do total de 673 classes da CNAE 2.0, o MEI esteve presente em 206.

EMPREGO ANTERIOR

O levantamento identificou ainda que entre os 2,9 milhões de pessoas que aderiram ao MEI em 2021, 1,827 milhão o fizeram após já terem trabalhado no mercado formal.

Nesse grupo, 62,2% dos desligamentos foram motivados pelo empregador ou por justa causa; 22,6% tiveram rescisão sem justa causa por iniciativa do empregado ou exoneração de cargo efetivo a pedido do servidor; e 13,5% tiveram como motivo o término do contrato de trabalho.

Os MEIs que tinham vínculo empregatício em 2020 possuíam salário médio mensal de R$ 2.341 naquela função que exerciam, sendo que os homens recebiam cerca de 10% a mais que as mulheres.

PERFIL

Do universo de 13,2 milhões de MEIs de 2021, 53,3% eram do sexo masculino, com idade média de 40,7 anos. Somente 0,6% dos MEIs não eram brasileiros. A maioria dos estrangeiros eram da Bolívia (11,7 mil), Venezuela (6,1 mil), Colômbia (5,5 mil) e Argentina (5,5 mil).

Quanto à escolaridade, as mulheres apresentavam maior grau de instrução se comparadas aos homens. Enquanto 9,5% dos homens possuíam nível superior em 2021, dentre as mulheres esse percentual foi de 18,2%.

Entre os homens, 9,9% eram analfabetos ou possuíam até o nível fundamental incompleto, enquanto entre as mulheres esse percentual era de 5,3%.

POR REGIÃO

Regionalmente, o Sudeste e o Sul do país se destacaram por apresentar as maiores concentrações de MEIs. São Paulo foi o estado com mais MEIs, 3,6 milhões (27,2%), seguido por Rio de Janeiro, com 1,5 milhão (11,5%), Minas Gerais, com 1,5 milhão (11,1%), Paraná, com 825,8 mil (6,3%) e Rio Grande do Sul, com 799,1 mil (6,1%).

O Rio de Janeiro (26,0%) foi a unidade da federação com maior proporção de MEIs em relação ao total de ocupados formais, seguida pelo Espírito Santo (24,8%). Já as menores participações ocorreram no Distrito Federal (10,9%), Acre (14,3%) e Maranhão (15,8%).


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