Produtos da ZF ganham chip de radiofrequência -

Produtos da ZF ganham chip de radiofrequência

Em entrevista exclusiva concedida ao podcast ‘Voz do Mercado’, da Editora Novo Meio, o gerente sênior de operações da ZF Aftermarket América do Sul – Everton Silva, apontou os benefícios que a nova tecnologia de chips de radiofrequência da empresa trará para o mercado de reposição.

Em entrevista exclusiva concedida ao podcast ‘Voz do Mercado’, da Editora Novo Meio, o gerente sênior de operações da ZF Aftermarket América do Sul – Everton Silva, apontou os benefícios que a nova tecnologia de chips de radiofrequência (https://novovarejoautomotivo.com.br/sistema-de-identificacao-por-radio-frequencia-agiliza-recebimento-de-mercadoria-em-80-na-zf-aftermarket) da empresa trará para o mercado de reposição automotiva nacional.

Claudio Milan

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NV – O que o sistema traz de novo?

ES – Adicionalmente ao tradicional código de barras nas etiquetas dos produtos, a ZF está inserindo um chip de radiofrequência, que vai possibilitar uma operação logística muito mais ágil e a conectividade de toda a cadeia logística automotiva, desde a fábrica da ZF até o aplicador.

NV – Quais os benefícios que a nova tecnologia proporcionará aos clientes do aftermarket?

ES – O aftermarket tem vários níveis de clientes. Quando a gente fala no primeiro nível, os distribuidores, a ZF tem mais de 40 linhas de produtos e quando realiza a entrega para um centro de distribuição ou loja dos nossos clientes pode trazer um problema que é a demora para esse cliente fazer a conferência e colocar o material no estoque. São muitos produtos em volume e variedade. Ao invés de ter que realizar a conferência item a item para colocar no estoque, ele passa os itens por um portal, que através da radiofrequência identifica em segundos os produtos que estão nas caixas, faz a conferência da entrega em relação à nota fiscal e possibilita a armazenagem imediata. Isso traz vantagens para a transportadora, que não tem que segurar o caminhão ali aguardando a conferência, e para o cliente, que libera o seu recebimento rapidamente para a próxima entrega. Além disso, possibilita que o cliente tenha um controle muito mais preciso do seu inventário porque ele pode verificar a quantidade disponível no inventário em tempo real por meio de uma antena que vai fazer a leitura das etiquetas de radiofrequência e também transmitir para a própria ZF as informações de sellout para que a gente possa fazer a reposição mais rapidamente. Também conseguimos fazer a rastreabilidade dessa etiqueta ao longo de toda a cadeia, o que facilita os processos de garantia e segurança patrimonial.

NV – Como você avalia o processo de evolução tecnológica e a digitalização da rede de distribuição?

ES – Não só da rede de distribuição, eu acho que as próprias fábricas automotivas estão começando a realizar a digitalização. Os grandes passos ainda precisam ser dados. Pouquíssimos players hoje trabalham com data science, inteligência artificial, processos robotizados, e internet das coisas – que é o caso do nosso projeto de identificação por radiofrequência. Eu diria que numa escala de 1 a 5 falando da cadeia automotiva em geral de aftermarket a gente está chegando ao 2.

NV – De que forma a indústria pode contribuir para a modernização do trade como um todo, inclusive do varejo, que na média nacional ainda está distante das soluções mais avançadas em digitalização?

ES – A ZF, sendo um fabricante que está na vanguarda da eletrificação, direção autônoma e de segurança, tem condições de puxar esse avanço tecnológico em toda a cadeia. E é o que estamos fazendo. Isso não vai acontecer naturalmente. Esse projeto de identificação por radiofrequência está puxando isso no mercado, mas eu tenho certeza que a partir do momento em que essa tecnologia comece a estar presente em escala nos nossos produtos os clientes vão enxergar as vantagens e começarão a exigir isso dos outros players. A indústria automobilista é que vai puxar isso para o resto do mercado, inclusive chegando ao varejo. E a partir do momento em que essas tecnologias se tornarem mais presentes, ganharem escala e se tornarem mais baratas, elas serão também mais comuns no mercado.

NV – O mercado de reposição continua sofrendo com o desabastecimento. Como vai a produção na ZF?

ES – Toda a cadeia de abastecimento ainda não se recuperou dos impactos que começaram em 2020 e que ainda nos atingem. A ZF continua trabalhando, as fábricas estão a todo vapor, obviamente que respeitando as legislações locais e as restrições quando são impostas. Além de trabalhar para abastecer os clientes e buscar soluções para não deixar desabastecida a cadeia, nós aproveitamos essa “chacoalhada” que houve no mercado para avançar na questão tecnológica. Do segundo semestre pra cá a ZF teve meses muito fortes em vendas, inclusive abastecendo lacunas que nossos concorrentes eventualmente deixaram, e também enxergamos que esse é o momento para acelerar na tecnologia.


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