Desde que foi concebido, em 1886, o automóvel como conhecemos jamais deixou de evoluir. Das carruagens sem cavalos do século 19 aos modernos veículos a que temos acesso hoje nas concessionárias, é evidente que quase tudo mudou. Mas, ao longo de toda esta trajetória de 130, poucas vezes o universo automotivo viveu um período de transformações tão profundas como o que se projeta para os próximos 10 anos. Pela primeira vez na história, conceitos como tecnologia da informação, big data, softwares, hardwares, internet das coisas e outros tantos antes estranhos ao mundo das quatro rodas alinham-se na pole position das tendências para o setor e preparam terreno para um ambiente de ruptura que, a esta altura, não tem mais volta.
Mês a mês as tendências vão se confirmando e convidando os diferentes players do mercado automotivo a se prepararem para um futuro que será absolutamente transformador. E, ao contrário do que pensam muitos, o Brasil está perfeitamente inserido nas diretrizes globais que balizarão a evolução.
É o que mostra a 18ª pesquisa global com os executivos do setor automotivo (Global Automotive Executive Survey), produzida pela KPMG – uma rede global de firmas independentes presentes em 155 países – e apresentada em fevereiro. O estudo revela que os automóveis autônomos (73%), veículos elétricos híbridos (69%), veículos elétricos a bateria (62%), e mobilidade / compartilhamento de veículos (69%) são as principais tendências da indústria automotiva até 2025 em nosso país.
“Em uma visão geral, podemos dizer que os executivos brasileiros se posicionam de maneira vanguardista frente às inovações tecnológicas e transformações no modelo de negócio que estão permeando os próximos anos da indústria. Isso é facilmente percebido ao analisar o grande número de respostas positivas frente a temas como conectividade e digitalização (62%) e criação de valor através de big data (58%), por exemplo”, analisa o diretor da KPMG no Brasil para o setor automotivo, Ricardo Bacellar.
No total, a pesquisa ouviu 953 executivos do setor automotivo em todo o mundo. O setor que concentrou o maior número de entrevistados foi o dos fornecedores de componentes automotivos, com 30%. Também foram ouvidos líderes das montadoras, concessionárias, financeiras, locadoras, provedores de serviços de mobilidade e empresas de tecnologia e comunicação. O Brasil contou com número recorde de participantes, 70, e foi o terceiro país em número de respondentes. A maioria dos entrevistados nos 42 países que integraram o estudo considera os veículos elétricos a bateria (50%) como a tendência número um até 2025.