Aftermarket automotivo deixa de faturar 3 bilhões até o final de maio -

Aftermarket automotivo deixa de faturar 3 bilhões até o final de maio

Cálculo é da Gipa e leva em conta a redução da quilometragem percorrida pelos veículos e a queda na atividade do setor.

As medidas de combate e contenção ao coronavírus implementadas no Brasil, especialmente o isolamento social, tiveram um impacto de 3 bilhões de reais no aftermarket no período de março até este final do mês de maio. O cálculo é da Gipa – consultoria global com grande experiência em informações estratégicas e pesquisas voltadas do setor automotivo como um todo e ao mercado de reposição em especial.

Segundo Laurent Guerinaud, executivo responsável pelas operações da empresa no país, três fatores precisam ser considerados neste momento para avaliar os impactos da crise no aftermarket automotivo. “O primeiro é a queda nos emplacamentos de veículos novos. Temos hoje projeções de redução de 20% a 40% para este ano. Teríamos, então, algo entre 1,6 e 1,9 milhão de emplacamentos. Esse efeito vai ter longa duração, porque vai impactar a estrutura da frota no longo prazo. O segundo ponto a considerar é a perda de atividade. O mês de março ao final de maio, tivemos queda de 78% da atividade no aftermarket, o que significa 1,6 bilhão de reais que deixaram de ser faturados, quase 3% do faturamento anual. E o terceiro efeito é a queda de atividade devido à quilometragem que deixou de ser percorrida pelos veículos – segundo pesquisa da empresa, o índice é de 50%. A Gipa tem experiência para calcular o impacto em faturamento, há operações feitas por prazo e não apenas pela quilometragem recomendada para as manutenções. O cálculo que fizemos é que até o final de maio o impacto será de 1,4 bilhão de reais, mais ou menos 2,5% do faturamento anual”. Somando os fatores enumerados, o resultado é uma perda de 3 bilhões para o aftermarket neste período.

Guerinaud avalia que o impacto na atividade vai ser diluído entre seis meses e um ano a partir do final da crise, até porque está se formando uma demanda reprimida. No entanto, as perdas com a quilometragem não rodada não poderão ser recuperadas.  E a evolução desses índices está diretamente ligada ao comportamento da epidemia no país e a retomada da normalidade. “Em dois meses de baixa atividade tivemos pouco mais de 5% de queda do faturamento anual. Se a gente considerar mais dois meses, aí vamos chegar a julho, que é um mês tradicionalmente de forte atividade. Se a crise de Covid-19 acabar no final de julho, esses 5% podem triplicar ou quadruplicar. Porém, já há especialistas dizendo que o problema pode se estender até setembro. Aí será catastrófico para o aftermarket, com queda de até 50% ao final do ano”.

Os dados foram apresentados em webinar que avaliou os efeitos da Covid-19 na América Latina. De acordo com as pesquisas da Gipa, 76% dos negócios do aftermarket no Brasil estão abertos. Nestes, 50% dos profissionais estão ativos. Mas, nas oficinas mecânicas, a atividade teve queda de 79% desde o início da pandemia em comparação ao que era esperado antes da crise.


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