Reforma tributária é oportunidade para inovar nos negócios -

Reforma tributária é oportunidade para inovar nos negócios

Empresas podem capturar melhorias nos processos e implementar inovações logísticas e tecnológicas que aumentem a competitividade.
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Crédito: Shutterstock

Por Natália Sperati, sócia de Estratégia da EY-Parthenon para Bens de Consumo e Varejo, e Bruna Felizardo, sócia especialista em Tributos Indiretos da EY

Com a aprovação do maior projeto de reforma tributária do Brasil, já sancionado pelo presidente Lula, diferentes setores se preparam para entender sobre os impactos financeiros e operacionais que a mudança deve trazer. As medidas representam profunda transformação do sistema tributário nacional, com o objetivo de simplificar e modernizar a forma como os tributos são cobrados.

A expectativa é que as mudanças das regras fiscais, que muitas vezes no sistema atual direcionam decisões estratégicas das empresas, propiciem um ambiente de negócios mais favorável, no qual os tributos sobre o consumo têm efeito neutro, e não são um fator de decisão. Para as empresas de bens de consumo, a mudança exigirá uma reavaliação completa da cadeia de valor. Negócios que antes planejavam suas operações visando à eficiência fiscal, por exemplo, agora terão a oportunidade de reestruturar processos para entregar mais valor ao cliente.

Muito embora as alterações na legislação tenham cunho tributário, elas podem ser vistas pelas empresas como uma oportunidade para repensar toda a estratégia, buscando capturar melhorias nos processos e implementar inovações logísticas e tecnológicas que aumentem a competitividade. No entanto, antes de começar qualquer planejamento, o primeiro passo é entender realmente as implicações que a reforma tributária trará para os negócios.

Implementação gradual

Um ponto importante a ser observado é que a implementação da reforma será realizada de maneira gradual, com a transição para o novo sistema sendo feita ao longo de oito anos. Nesse período, os tributos atuais (PIS, Cofins, ICMS, ISS e IPI) serão gradualmente reduzidos e substituídos pelos novos (IBS, CBS e Imposto Seletivo).

A ideia é que esse modelo escalonado ajude a criar um ambiente mais previsível para as empresas, reduzindo riscos associados a mudanças abruptas. No entanto, é essencial que as organizações estejam preparadas para lidar com a dupla convivência entre os regimes antigo e novo durante o período de adaptação.

Para os líderes do setor, também será crucial antecipar essas mudanças, realizando estudos de precificação utilizando dados e tecnologia, fazendo modelagens tributárias nos diferentes cenários e preparando as equipes para atuar com um modelo tributário mais dinâmico.

“Esperar para ver o que acontece em cada fase”, definitivamente, não é a melhor estratégia. A modernização não será apenas uma necessidade para se adaptar ao novo modelo, mas uma oportunidade para sair na frente e ganhar protagonismo no mercado em um setor que é cada vez mais pressionado por preço e qualidade.


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