Lucas Torres jornalismo@novomeio.com.br
Que o Web Summit 2023 foi a edição da Inteligência Artificial Generativa, não há como negar. Ao mesmo tempo, porém, quem afirmar que o evento tratou exclusivamente de tecnologias e máquinas certamente não prestou atenção nas nuances mais sutis que marcaram a primeira vez que o maior evento de inovação do planeta foi realizado na América Latina.
Uma das varejistas mais influentes do Brasil, a diretora do Magazine Luiza, Luiza Helena Trajano, destacou a importância da transformação cultural para conduzir as empresas neste tempo de mudanças constantes.
Para ela, um dos elementos mais importantes neste sentido é a adoção de uma abertura maior ao erro. “É só assim que se inova de verdade, testando, valorizando e aprendendo com os pequenos erros”, opinou Trajano – destacando, na sequência, que essa mentalidade não demanda grandes investimentos e pode ser adotada por todas as empresas, independente de seus tamanhos. A inovação a partir da cultura também foi discutida no evento sob o aspecto ESG. Cofundadora do Movimento Black Lives Matter, Ayo Tometi abordou a questão a partir do ponto de vista racial, propondo a superação de estereótipos como passo fundamental para desconstruir conceitos enraizados e reproduzidos constantemente pelas empresas – afastando-as da criação de uma cultura inclusiva.
Ainda no tema da sustentabilidade, agora sob a ótica ambiental, o evento convocou as empresas dos mais diversos setores a se engajarem na pauta climática a partir de parcerias com startups e empresas de tecnologia que promovam soluções de v e transição energética. Sobre os impactos tangíveis da ESG no desempenho dos varejos junto aos consumidores, a CEO da ‘Weber Shandwick’, Gail Heimann, apresentou um estudo produzido pela agência de relações públicas a respeito dos impactos do compromisso com a sustentabilidade na construção de um relacionamento duradouro com o cliente. Com base nas análises qualitativas realizadas, ela chamou atenção para o fato de estarmos vivendo numa sociedade em que o conceito de reciprocidade está sendo progressivamente enraizado, de modo que as marcas e as empresas precisam – de fato – cuidar das pessoas e do planeta para desfrutar de alta credibilidade e ‘merecer a fidelidade’ dos consumidores.