Empresaria paranaense avalia segmento do varejo de autopeças -

Empresaria paranaense avalia segmento do varejo de autopeças

A série ‘O varejo pelo varejista’, que convida gestores e empresários de todo o Brasil para uma avaliação do atual estágio do segmento, chega este mês ao Paraná para conversar com a diretora da Unipeças Autopeças de Curitiba, Alceni Liston. Ela representa o estado da região sul neste exercício mensal que, ao traçar um abrangente Raio X do mercado, pretende contribuir para a evolução do varejo doméstico rumo à modernidade.

E Alceni não se limitou a ranquear os sete quesitos de gestão varejista de acordo com seu ponto de vista, mas trouxe também alguns detalhes substanciais do modo ‘Unipeças’ de trabalho que irão certamente ser referência para que outros varejistas possam aperfeiçoar suas ferramentas de administração do negócio.

 A Varejista

Alceni Liston, diretora da Unipeças – Curitiba (PR)

  PRECISÃO ADMINISTRATIVA

Em um mercado cada dia mais competitivo em que as empresas têm de minimizar desperdícios para lidar com as dificuldades impostas pelo ambiente, incluindo os efeitos ainda presentes da crise financeira nacional, os varejistas necessitam atingir excelência nesse quesito.

Faz muitos anos que é necessário atingir essa excelência. É muito importante que o empresário tenha noções financeiras para gerir seu negocio. O que vemos por aí são empresas despreparadas, que não conhecem seus custos e pensam somente em vender. Com a crise financeira, foi preciso rever todos os processos dentro da empresa para estancar os desperdícios e torna-la sustentável para sobreviver à crise.

PROPAGANDA E MARKETING

As ferramentas de propaganda e marketing são complexas nos dias atuais. É preciso cobrir diversas áreas do espectro midiático e contemplar as variadas ferramentas proporcionadas pela internet.

O uso das redes sociais é muito importante, já que hoje as pessoas estão conectadas praticamente 20 horas por dia. São uma ferramenta barata que ajuda a divulgar promoções. Eu gosto dos blogs, pois ensinam assuntos relacionados à manutenção dos veículos e isso acaba despertando no cliente um sentimento de ‘necessidade de compra’. O melhor marketing é o conteudista que consegue aliar, por exemplo, necessidade com segurança.

  • FERRAMENTAS DE VENDAS

Somente as vendas no varejo físico não são mais suficientes para suprir a demanda da chamada geração millenium de consumidores. É preciso dar cobertura no e-commerce de maneira interativa e eficiente.

Temos e-commerce desde 2010, a loja virtual é uma vitrine de nossa loja. A maioria dos consumidores de hoje escolhe os produtos nela, porém acaba ligando via telefone para se sentir mais seguro ou vem ainda até a loja física, mesmo sabendo enviamos o produto até o endereço indicado. Não consigo conceber trabalhar hoje sem a loja virtual, ela é uma aliada que fomenta as vendas.

 QUALIDADE NO ATENDIMENTO

Iniciar o atendimento no balcão com um sorriso sincero é o primeiro passo para a consumação de uma venda e a fidelização do cliente. Embora a tecnologia venha ganhando importância no varejo, as relações humanas ainda são fundamentais. 

Quem não gosta de chegar numa loja e ser bem atendido? Isso é fundamental, é o primeiro contato. Em nosso ramo, cada detalhe é importante. O cliente precisa ver a peça, comparar, pois milímetros fazem muita diferença, e é ai que entra a cordialidade do vendedor, sempre dedicado e com conhecimento para explicar detalhes. As relações humanas sempre serão necessárias, um aperto de mão, um sorriso, tudo isso fideliza o cliente, e as tecnologias devem estar presentes também, porém como auxiliares – e não substitutivas – para ajudar evitar erros e perda de tempo.

  • TRABALHO EM EQUIPE

A integração de todos os setores da empresa e o controle do turnover de funcionários são indispensáveis para a consolidação da identidade de um varejo. É preciso esforço conjunto contínuo para criar a tão falada cultura empresarial positiva.

Em nossa empresa o turnover é muito baixo, pois tentamos ao máximo incentivar o espírito de equipe e a colaboração entre todos. Sempre digo ao pessoal do administrativo que todos dentro da loja devem resolver rapidamente as necessidades da equipe de vendas, pois é através das vendas que a empresa sobrevive, então devemos ajudá-los a serem rápidos e eficientes trocando o máximo de informações que pudermos.

  FOCO NA ESTRATÉGIA

Análises de indicadores como tíquete-médio, áreas da loja mais visitadas, produtos mais vendidos e até vendas por minuto são fatores primordiais para a formulação de estratégias de negócio.

Hoje precisamos ter o máximo de dados possíveis para traçar estratégias eficazes. No começo parece difícil captar todos estes números, mas depois que você cria os processos e o hábito de recolher estes dados e analisá-los você se pergunta como trabalhou até agora sem eles. Não utilizar indicadores é quase como caminhar às cegas. Como podemos traçar planos de negocio ou estratégias se não temos um diagnóstico de onde e como estamos?

  • ANÁLISE DOS CONCORRENTES

Observar os pontos negativos e positivos dos concorrentes pode ser o primeiro passo para uma mudança no próprio negócio. Varejistas precisam estar sempre atentos às novidades do mercado para não ficar para trás.

É importante sempre analisar os concorrentes para sabermos onde estamos acertando ou errando. Existe uma ferramenta da administração chamada ‘analise de forças e fraquezas’ – ou SWOT – que é muito util. Podemos comparar quais são nossas forças e quais nossas fraquezas em relação aos concorrentes. Acredito que esta comparação e pesquisa sempre deve ser revista junto com o plano de negócios da empresa.


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