Live Commerce busca unir conveniência do e-commerce com calor e interação do varejo físico -

Live Commerce busca unir conveniência do e-commerce com calor e interação do varejo físico

Lucas Torres jornalismo@novomeio.com.br

A necessidade de unir a conveniência do comércio eletrônico com a humanidade do varejo físico é apontada como ideal pelos especialistas e tem feito empresas como a Amazon e a brasileira Amaro abandonar o status de negócios estritamente focados nas vendas online. Neste movimento de tornar mais fluidas as fronteiras das diferentes modalidades do varejo, porém, existe um fato novo que promete ter a capacidade de verdadeiramente unir o ‘melhor dos dois mundos’.

Batizada de Live Commerce, ou Comércio ao Vivo, a recente modalidade consiste na realização de vendas em tempo real a partir de uma transmissão em vídeo. Ainda em fase inicial de expansão no Brasil, o modelo foi responsável por robustos 37,4% das vendas realizadas no comércio eletrônico chinês em 2021, gerando receita de US$ 131 bilhões. Cofundadora da empresa StreamShop, negócio nascido para impulsionar o boom do Live Commerce no Brasil, Lyana Bittencourt afirma que a principal razão para a aposta no modelo é justamente o fato dele conseguir levar para o e-commerce a humanização que se vê nas lojas físicas. “As interações são reais, a construção de vínculo da marca com o consumidor é espontânea e as vendas acontecem ali mesmo, durante a transmissão na plataforma. Entendo o live commerce como uma modalidade que pratica efetivamente o conceito de ‘customer first’, que significa atender a necessidade do cliente o colocando em primeiro lugar, desenvolvendo uma linguagem onde as expectativas dele em relação ao produto e à marca estejam alinhadas”, apontou a executiva, complementando na sequência com cases que já contam com a participação de sua empresa. “O impacto da plataforma da StreamShop já é quantificado, atingimos este ano a marca de 3,5 milhões de usuários únicos e podemos citar clientes de peso como Natura, L’oréal, Vivo, Buscapé, Banco Inter, Riachuelo, ZeeDog, Reserva, Madesa, BASF, entre outros”.

Como exemplos de aplicação desta estratégia estão desde a utilização de influenciadores digitais para ampliar o alcance das marcas até o uso de um tom mais intimista conferido por lives conduzidas por vendedores que estão no dia a dia do varejo físico. Sobre esta última possibilidade, fica uma pergunta curiosa nestes tempos de profissionalização e atualização das habilidades dos balconistas de autopeças: será que, como já fazem vendedores de empresas como o Magazine Luiza, os profissionais do aftermarket devem se preparar para atuar como consultores ao vivo em plataformas de streaming? Segundo a análise de especialistas como a coordenadora de marketing da Oto CRM, Patrícia Matzenauer, a resposta é sim. “O vendedor também deve fazer parte desta estratégia omnichannel, atuando com tecnologia e ferramentas para estar próximo ao cliente não apenas durante o período em loja física”. No final, a história sempre se repete. Pode até demorar um pouco mais, mas as inovações disruptivas nos outros segmentos do comércio chegarão também ao varejo de autopeças.


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