A força da Automec como maior plataforma de negócios do Aftermarket Automotivo da América Latina se reflete em números que impressionam: mais de 50% dos expositores da edição 2025 são internacionais.
Vindos de mercados como Ásia, Europa, América do Norte e América do Sul, eles chegam de olho nas oportunidades abertas pelo crescimento da frota e pela expansão do mercado de reposição no Brasil, a organização do evento ampliou em 700 metros quadrados a área da marquise para receber 28 novas empresas estrangeiras.
O movimento confirma a tendência de internacionalização da feira, que, em relação à última edição, registrou um crescimento significativo no número de participantes vindos de fora do país.
Caminhando pelos corredores do São Paulo Expo, nossa reportagem conversou com executivos de diferentes partes do mundo que enxergam no Brasil e na América Latina uma fronteira estratégica para a expansão global de seus negócios.
Entre fabricantes consolidados em seus mercados de origem e empresas que buscam estrear no continente, a percepção é unânime. A de que o aftermarket da região está em ascensão e consiste em um dos mais relevantes do mundo.
Confira a seguir as entrevistas
Jack Yang, diretor de vendas da Winhere Auto-Part Manufacturing Co. da China
Diário da Automec – Que tipo de produtos vocês vendem?
Jack Yang – Principalmente braços de suspensão e discos de freio. Encontramos vários fabricantes grandes no Brasil que também nos procuram por aplicações para veículos chineses. Mas também atendemos veículos da Europa e dos EUA.
Diário da Automec – Você já tem uma relação com empresas brasileiras ou está prospectando novos negócios?
Jack Yang – Até agora, não temos negócios no Brasil, mas já atuamos no continente. No mercado americano, na Argentina, no Chile, no Peru e na Colômbia, mas aqui ainda não. Temos alguns contatos antigos e viemos para começar um negócio com eles, trazendo produtos da China para o Brasil.
Diário da Automec – Como você vê o potencial do mercado brasileiro?
Jack Yang – Estamos otimistas. O Brasil é um grande mercado, com muitos carros na rua. Vemos veículos novos da Europa, do Japão e cada vez mais carros da China. Por isso, achamos que é um bom momento para trazer nossos produtos.
Diário da Automec – Você já conseguiu fazer contatos positivos durante a feira?
Jack Yang – Sim. Pelo menos 10 clientes com quem conversamos têm intenção de trabalhar conosco. Está sendo uma boa feira.
Sebastián Franco, gerente comercial da Friccion da Bolívia
Diário da Automec – Por que você veio para a Automec?
Sebastián Franco – Viemos buscar novas oportunidades de negócios, consolidar os negócios que já temos no Brasil e também para mostrar a nossa marca.
Diário da Automec – Vocês produzem peças industriais?
Sebastián Franco – Sim, nós produzimos peças industriais focadas em sistemas de freios, na Bolívia.
Diário da Automec – Com quantas empresas brasileiras vocês já têm negócios?
Sebastián Franco – Temos algumas relações já estabelecidas e estamos buscando ampliar.
Diário da Automec – E como estão os negócios na feira?
Sebastián Franco – Estão surgindo muitas oportunidades. Ainda não finalizamos nada, mas apareceram vários contatos interessantes.
Naishdadh Patel, CEO da Global Liners da Índia
Diário da Automec – O que trouxe vocês à Automec?
Naishdadh Patel – Recebi uma indicação de um amigo para expor nesta feira.
Diário da Automec – Vocês já têm negócios no Brasil?
Naishdadh Patel – Sim. Temos muitos negócios no Brasil e em outros países da América Latina.
Diário da Automec – Com quantas empresas brasileiras vocês já trabalham?
Naishdadh Patel – Trabalhamos com 8 a 10 empresas no Brasil.
Diário da Automec – Que tipo de produtos vocês vendem?
Naishdadh Patel – Fabricamos componentes de motores. Vendemos peças para tratores, caminhões e carros, focados no mercado de reposição.
Diário da Automec – Como está sendo a experiência na feira? Você está otimista para fechar novos negócios?
Naishdadh Patel – Talvez. Esperamos que sim. Há muitos brasileiros por aqui. Vamos ver, depois da feira, quantos negócios conseguimos concretizar.
Entrevista com Leonardo Borghi, diretor de vendas da Way Assauto da Itália
Diário da Automec – O que fez você querer vir para a Automec?
Leonardo Borghi – Nós somos uma empresa italiana fundada em 1906 e estamos focando em ampliar nossa presença no exterior. O próximo passo é nos aproximar da América Latina. Descobrimos que a Automec era a exposição perfeita para conhecer possíveis parceiros em toda a região, não só no Brasil, mas também na Argentina, no Peru e em outros países. Por isso decidimos participar este ano.
Diário da Automec – Vocês já têm relação com empresas da América Latina, especialmente no Brasil?
Leonardo Borghi – Ainda não. Tivemos alguns contatos, mas estamos aproveitando esta oportunidade para fortalecer o relacionamento e encontrar novos parceiros. Estamos apenas começando a nos aproximar do mercado.
Diário da Automec – Que tipo de produtos vocês vendem?
Leonardo Borghi – Produzimos amortecedores para carros de passeio e aplicações pesadas, como ônibus e caminhões, principalmente para o mercado de reposição. Também somos fornecedores originais para a Iveco. Nosso principal produto são os amortecedores.
Diário da Automec – Como estão sendo os resultados na feira? Você está otimista para fechar negócios?
Leonardo Borghi – A feira foi realmente interessante para nós. Conhecemos muitas pessoas. Agora teremos que fazer um bom trabalho de acompanhamento quando voltarmos para casa. Mas, sim, absolutamente, a feira foi boa.
Diário da Automec – Você participa de outros eventos como a Automec? Como ela se compara a feiras na Europa?
Leonardo Borghi – No ano passado participamos de nove feiras ao redor do mundo: Istambul, Frankfurt, Berlim, Dubai, Milão, Xangai… Este ano decidimos vir ao Brasil, e no próximo mês estaremos em Istambul de novo e na França. Nossa presença internacional é bastante intensa. Comparando com Frankfurt, a Automec é absolutamente interessante. Talvez aqui o público inclua não apenas profissionais, mas também consumidores finais, o que nos dá uma visão diferente e muito interessante do mercado.