Jason Vieira é economista-chefe da Infinity Asset Managemen
Hoje em dia provavelmente uma das perguntas mais difíceis a serem respondidas é: quais são as projeções para 2022? O momento atual é muito difícil. Nós temos elementos que travam o Brasil no aspecto político, uma série de questões importantes que deveriam estar andando, como, por exemplo, reforma tributária e reforma administrativa. Tudo isso tem um grande peso político e, por conta de disputas entre as casas e entre os poderes, nós vemos efetivamente as coisas andando com dificuldades.
Hoje em dia provavelmente uma das perguntas mais difíceis a serem respondidas é: quais são as projeções para 2022? O momento atual é muito difícil. Nós temos elementos que travam o Brasil no aspecto político, uma série de questões importantes que deveriam estar andando, como, por exemplo, reforma tributária e reforma administrativa. Tudo isso tem um grande peso político e, por conta de disputas entre as casas e entre os poderes, nós vemos efetivamente as coisas andando com dificuldades.
Mas o problema não é só esse. Temos também um contexto internacional desafiador – e estes desafios devem se transferir em parte para 2022. Como a inflação, que é um dos pontos mais importantes que nós temos no curto prazo; o choque global de ofertas, que ainda não se resolveu; e a questão dos preços das commodities, tudo isso são problemas que inercialmente serão transferidos para o próximo ano, além dos desafios aqui no Brasil da condução da política monetária, que pode ser tornar restritiva – ou seja, subir os jutos acima da zona neutra, e contrair a economia em níveis menores aos que estamos observando em 2021. Temos poucas respostas para 2022, mas temos muitas perguntas. Entre elas, os diversos setores da indústria devem estar se perguntando: como nos proteger? Essa é outra resposta de difícil mensuração. Infelizmente nesse momento estamos numa situação em que os problemas globais independem dos nossos posicionamentos, ou seja, o que quer que o Brasil faça para dirimir certos problemas, a solução fica difícil. Como, por exemplo, o próprio choque de ofertas, os problemas que ocorrem na China – agora o setor imobiliário chinês também está trazendo outra grande dúvida. E tudo isso mantem uma apreensão grande entre os investidores locais e internacionais. O que podemos dizer é que, com a eleição no próximo ano, só temos uma coisa muito importante a fazer: ter cautela. Esse é o ponto mais importante.
Devemos manter a cautela, nos proteger e tentar entrar em 2022 com a expectativa de que pelo menos a classe política faça a sua parte, em especial na questão das reformas e dos avanços importantes que o Brasil precisa, de forma a reduzir os impactos de tudo o que está acontecendo no mundo, ou seja, essa inflação que o Brasil sofre hoje tem grandes características internacionais, além dos problemas políticos que geram a volatilidade no câmbio e que acaba sendo transferida aos preços. Infelizmente não é sempre que podemos ser portadores de boas notícias, e neste momento a notícia é: mantenham-se protegidos, mantenham-se cautelosos. 2022 será um ano de grandes desafios.