Varejos de nordeste e centro-oeste têm questionamentos respondidos pelo Sincopeças Brasil -

Varejos de nordeste e centro-oeste têm questionamentos respondidos pelo Sincopeças Brasil

Combate à ilegalidade e formas de se aumentar a competitividade do varejo independente são destaque 

 

Por Lucas Torres (jornalismo@novomeio.com.br)

Em nova edição da série ‘Fale com o Sincopeças Brasil’, trazemos representantes das regiões centro-oeste e nordeste do país.

Renato Passaglia, da goiana Bom Preço, e Marcos Santana, da pernambucana Centrocar, questionaram o presidente do Sincopeças Nacional, Ranieri Leitão, acerca de dois temas que têm preocupado todo o varejo de reposição automotiva.

Passaglia abordou a necessidade de se haver um combate organizado ao comércio de peças utilizadas sem procedência – enfatizando seu caráter prejudicial às empresas do setor que atuam dentro da formalidade.

Santana, por sua vez, questionou o presidente do Sincopeças Brasil sobre maneiras de se aumentar a competitividade dos varejos independentes diante de um cenário em que empresas mais consolidadas têm aumentado seus investimentos e poder de negociação.

Confira a seguir o que Ranieri Leitão tem a dizer aos varejistas de autopeças neste mês.

 

Renato Passaglia – Bom Preço Autopeças, de Goiânia (GO)

Qual é a posição oficial do Sincopeças e as ações concretas já idealizadas no sentido de combater e coibir o comércio de peças usadas sem procedência, o que tanto atrapalha o comércio formal de autopeças na cadeia da reposição automotiva?

Ranieri Leitão – Nacionalmente, nós não tivemos nenhuma ação efetiva e concreta realizada para isso. Mas, sim, saíram medidas nesse sentido nos estados do Ceará e do Paraná – ainda que sem sucesso por conta da falta do engajamento do poder público na fiscalização e na punição dessas situações.

Nós temos, em nossa pauta de ações, programada para março de 2019 uma grande discussão a fim de encontrarmos soluções para não apenas balizar medidas contra a venda de autopeças sem procedência, mas, sobretudo, para encontrar uma solução prática para esse problema.

Não somos contra a venda de peças usadas. Mas desejamos que elas tenham procedência. Sabemos que existe um mercado muito pujante da venda de carros em leilões visando esse tipo de comércio – de desmanche de automóvel e venda de peças, e é um comércio legal. Desde que seja pago imposto e que os carros que são desmanchados tenham procedência.

 

Marcos Santana – Centrocar, de Recife (PE)

Na sua visão, quais estratégias as autopeças independentes devem desenvolver para aumentar a competitividade em um cenário em que grandes players estão investindo na aquisição de empresas consolidadas, bem como redes de lojas, potencializando assim sua capilaridade? Diante disso, pergunto também como você enxerga a evolução da cadeia de distribuição?

Ranieri Leitão – A única forma que vejo para que as autopeças independentes possam competir com essas empresas que estão chegando com volume alto de investimento é se unindo. Nesse sentido já temos uma experiência própria aqui no estado do Ceará – na qual formamos até aqui 10 redes de negócios, pelas quais pudemos perceber uma melhora da competitividade através do aprimoramento da gestão, da compra, do investimento, dos estoques e do aperfeiçoamento do RH.

Nós aqui no Ceará já fazemos esse processo com muita maestria. Está dando certo e é uma forma de fortalecer as empresas que estão grupadas.

Sobre a cadeia de distribuição, não tem como deixar de enxergar que ela está cada vez mais forte. Há até redes mundiais que estão unindo os distribuidores e os varejistas – que poderiam estar também unindo forças, mas muitas vezes não estão.

Então essa evolução é um fato. As distribuidoras estão preparadas, estão com a gestão bem mais apurada que o varejo e a tendência é elas se fortalecerem. O que nós temos de fazer como varejos e centros automotivos é nos unirmos da mesma forma.


Notícias Relacionadas