Empresas de varejo apostam no conceito de ecossistema -

Empresas de varejo apostam no conceito de ecossistema

Modelo é adotado por empresas que tiveram relevância nos momentos mais difíceis da pandemia
retail media no Brasil
Crédito Shutter

Lucas Torres jornalismo@novomeio.com.br

O COO do Gouvêa Ecosystem, Eduardo Yamashita, teve a responsabilidade de oferecer uma apresentação didática a respeito dos ecossistemas, modelo organizacional que tem sido adotado por empresas que foram capazes de dar saltos relevantes mesmo nos momentos mais agudos da pandemia no país, casos de Magalu, Via e Mercado Livre. Yamashita explicou que um ecossistema de negócios tem como parte central o chamado ‘núcleo duro’.

Ou seja, a área pela qual a empresa tem sua reputação mais forte junto aos consumidores e outros agentes com os quais se relaciona. Orbitando em volta desse núcleo estão os braços de conexão entre esse centro e os demais braços da empresa. Um ecossistema de negócios é complementado ainda, segundo o especialista, pela órbita ‘expandida’ – onde se posicionam as aquisições e empresas parceiras. “A ligação e o funcionamento de todos esses elos junto ao núcleo central se dá por meio dos dados, o fio condutor do ecossistema que permeia toda a organização”, explicou Yamashita.

Ficou difícil de entender? Tente aplicar o conceito à realidade do aftermarket automotivo. Suponhamos que uma distribuidora de autopeças (núcleo duro) decide começar a bancar prazos de garantia diferenciados e descolados em relação à indústria da reposição a partir da criação de uma seguradora de peças (braço de conexão) e, posteriormente, começa a fazer a aquisição e/ou firmar parcerias junto a lojas de autopeças (ecossistema expandido) para ter uma maior proximidade com os consumidores da ponta – os reparadores – a fim de aumentar sua capilaridade e poder de relacionamento. A partir da lógica dos ecossistemas explicada pelo diretor de operações da Gouvêa Ecosystem, essa expansão de áreas de atuação da distribuidora usada no exemplo não apenas aumentaria os canais de receita da empresa, mas, sobretudo, a conferiria maior poder de influência e pontos de contato junto aos vários consumidores com os quais se relaciona.

Algo que, segundo essa lógica, é primordial para a alimentação da base de dados que dará suporte à construção da estratégia do núcleo duro e desencadeada de maneira conectada, mas personalizada, para cada um dos braços do negócio. “No Brasil, a adoção desse conceito está sendo liderada pelos varejistas tradicionais – que estão utilizando seus canais de acesso com milhões de brasileiros e sua já consolidada versatilidade nos meios de pagamento para aumentar seus pontos de contato em segmentos diversos”, analisou Yamashita, citando o crescimento respectivo de 60% e 173% angariado por Magalu e Mercado Livre como exemplos de sucesso na aplicação do conceito.


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