Se você está entre os que vêm acompanhando nossa cobertura sobre a tragédia no Rio Grande do Sul, sabe que a etapa da reconstrução foi um tema levantado por nós desde o início. Sem deixar de enfatizar a prioridade necessária aos cuidados com a saúde das vítimas, na condição de publicação segmentada não poderíamos nos omitir diante dos desafios que já se desenhavam para o aftermarket automotivo nos primeiros dias do assustador evento climático. Naquele momento – início de maio – ainda era muito cedo para ter as respostas, mas já tinhamos as perguntas: quantos estabelecimentos do setor automotivo tinham sido atingidos, entre indústrias, distribuidores, varejos, oficinas, locadoras, concessionárias? Quantos carros foram destruídos pelas águas e quantos ainda poderiam ser recuperados? Quantas peças de reposição o estado vai precisar para recompor estoques e reparar carros recuperáveis? Quanto tempo e dinheiro serão necessários para que o ecossistema da reposição volte à sua normalidade? Qual o impacto dessa reconstrução nos mercados dos demais estados brasileiros, que seguirão vida normal e continuarão consumindo peças que, eventualmente, tenham de ser redirecionadas para o Rio Grande do Sul?
Com base nos dados e estimativas disponíveis, demos à crise do RS nossa capa da edição digital 431, de 15 de maio, além de dedicar a entrevista ao presidente do Sincopeças no estado, Marco Antônio Vieira Machado, e ao empresário Flávio Ramos, da Ramos e Copini. Fizemos, enfim, um esforço editorial dentro das limitações de timing daquele momento para trazer o tema de reconstrução ao debate. Passados cerca de 15 dias, as respostas começam a surigir. Graças a um trabalho primoroso do time da Fraga Inteligência Autommotiva, comandada por nosso colaborar de conteúdo, Danilo Fraga, muitos dados pertinentes à reconstrução do aftermarket automotivo gaúcho agora estão disponíveis. E revelam o tamanho da missão que envolverá todo o trade do nosso setor. Nas páginas de mais esta edição digital, damos continuidade à cobertura deste assunto, que vai exigir de todo o aftermarket brasileiro muita estratégia e organização não só para que o Rio Grande do Sul retorne à normalidade, mas também para que as demais regiões mantenham o ritmo dos negócios sem eventuais ocorrências de desabastecimento.
Antes de encerrar este Editorial, acho que vale a pena uma menção ao lançamento para o varejo de autopeças paulista do projeto Loja do Futuro, inciativa do Sebrae-SP e da FecomercioSP em parceria com o Sincopeças-SP. O mercado como um todo tem a clara noção da necessidade de aprimoramento constante tanto para a gestão quanto para os profissionais de atendimento dos varejos de autopeças. O Loja do Futuro é isso, e de graça. Afinal, os processos de gestão e vendas vêm se tornando cada vez mais complexos. Agora, demos a largada em definitivo para a aplicação das ferramentas de inteligência artificial no dia a dia das empresas. Muita coisa já está disponível, mas o ritmo da evolução tecnológica nos garante a certeza absoluta de que tudo isso é só o começo – e poucos são capazes de prever quais avanços virão nos próximos meses. Então, comece a estudar o assunto com dedicação e não perca as oportunidades que já se colocam à sua disposição para agregar ainda mais inteligência ao seu negócio. Quem sair na frente, sem dúvida sairá em vantagem.