Claudio Milan claudio@novomeio.com.br
O mercado de reposição voltou a se reunir na segunda semana de maio por ocasião da Autopar, feira realizada na região metropolitana de Curitiba (PR). Nossa reportagem visitou o evento e constatou a grande presença de público, que segundo os organizadores foi superior a 50 mil pessoas. Também estiveram lá expositores de todos os portes, desde multinacionais a pequenas empresas brasileiras. E, finalmente, lideranças de todos os segmentos do mercado e as respectivas entidades, como a Andap, por exemplo, que promoveu uma palestra sobre cibersegurança – aliás, esta importante e atual questão foi tema da entrevista publicada na edição 359, de 1º de maio, do Novo Varejo Full Digital.
Antes de março de 2020, o cenário descrito acima não representaria nenhuma novidade, afinal tudo o que vimos em Curitiba foi o retrato já conhecido de uma feira brasileira de autopeças. Mas, agora, o evento atraiu especial atenção por ser o primeiro a reinaugurar o encontro presencial do aftermarket automotivo nacional após dois longos e sofridos anos de pandemia. O saldo foi bastante positivo. De fato, o mercado estava ansioso pela oportunidade do reencontro. De reativar relações comerciais que ficaram congeladas no ambiente digital durante tanto tempo. Certamente as mais de 50 mil pessoas que passaram pela Autopar saíram de lá com um sentimento de normalidade no coração. Indicativo de que a tão desejada retomada pode estar em curso. Agora é esperar e torcer para que este sentimento de normalidade – e por que não, de liberdade? – não se transforme num momento passageiro. As notícias que vêm do exterior exigem cautela de todos nós. As medidas radicais de isolamento social na China, tema da reportagem de capa da última edição do Novo Varejo, podem ser entendidas como extremas, mas outros países vêm adotando providências gradativas que se caracterizam por pequenos retrocessos na retomada da normalidade. Vivemos, portanto, tempos ainda de aprendizado. Por se tratar de uma doença nova, muitas vezes a metodologia de combate não vai além da tentativa e erro. Voltando à China, as medidas de lockdown total parecem ter dado resultado. Em Xangai, a promessa é de vida normal a partir de 1º de junho. Mas, e depois? Naturalmente, com as pessoas trancadas em casa a circulação do vírus cai drasticamente. Como se comportará a metrópole asiática a partir de então? São perguntas que apenas o tempo vai responder. Mas serão respostas importantes para nós que, do outro lado do mundo, esperamos ansiosamente pela oportunidade de levar, definitivamente, uma vida normal. Nada mais que isso.